T Ó P I C O : Café e Turismo - algumas lições do Café da Colômbia
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Café e Turismo - algumas lições do Café da Colômbia
Autor: Paulo Henrique Leme
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12 comentários
Último comentário neste tópico em: 12/07/2012 15:09:47
Helga Andrade comentou em: 12/07/2012 10:38
Cooperação interna para competição externa
Fernanda, Tarabal,
como disse o Paulo, não falta paisagem natural, cultural e café de qualidade. Falta organização, que vem de uma cooperação pública, privada e precisa ser reforçada por organismos como o SEBRAE, para a gestão de negócios, e como Emater e Senar do ponto de vista da capacitação técnica. O curso de Turismo Rural que o Senar promove na região onde Fernanda vive foi uma iniciativa importante para começarmos a pensar no turismo como agregador de valor aos produtos locais. Não só o café, mas o artesanato, os doces e outros gêneros que fazem parte da cultura rural.
Na primeira postagem o Paulo falou do cluster, que é um formato de arranjo produtivo local em que existe cooperação dentro dos diversos empresários e atores de um destino turístico, com o objetivo de competir com outros destinos na atração desse fluxo de visitantes. Os arranjos produtivos locais devem ultrapassar as fronteiras políticas, e a participação das comunidades em organizações como a Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA Brasil) têm o poder de dissolver competições intrarregionais e levar ao pensamento coletivo, promovendo maior desenvolvimento. Fernanda, vimos isso em nossas reuniões em Caconde e Divinolândia, e os primeiros frutos surgiram na questão do EPI visual para a época da colheita, e agora no trabalho focado na qualidade do café. Devemos, gradualmente, tentar estender essa cooperação também para o turismo.
Aplicar um modelo pronto, mesmo que de um caso bem sucedido, nos condena ao erro. No Brasil nossa característica descentralizada de comercialização nos levou às ações pontuais que conhecemos, resultando em produtos turísticos tematizados no café como a Rota do Café Especial (Carmo de Minas), os festivais promovidos no Vale do Paraíba (RJ) e no Norte do Paraná, entre outros. Entretanto, quando os olhos do mundo se voltam para o Brasil em momentos como a Copa do Mundo de 2014 que se aproxima, é o momento de um trabalho centralizador, no sentido de promover o café na identidade turística do Brasil.
Apesar do ramo frutificado de café estar no escudo nacional, esse produto importante da balança comercial e da construção da paisagem não costuma ser incluído nos gêneros emblemáticos da gastronomia. Dois exemplos recentes:
1) durante a Rio + 20, não houve conversa sobre o café dentro das atividades relacionadas à agricultura (segundo informações que obtive);
2) No último Salão Mineiro do Turismo (maio 2012), evento que divulga os principais produtos turísticos do estado de MG, aconteceu uma mesa redonda para tratar da culinária mineira como patrimônio gastronômico mundial, e o café não foi SEQUER mencionado, nem ao serem citados pão de queijo e broa de fubá.
Ouvi nesse mesmo Salão do Turismo uma coisa que para mim, é fato. A identidade gastronômica de um lugar exerce influência esmagadora sobre o tipo de turismo que esse lugar atrairá.
TAGS: turismo, identidade gastronômica, café
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Paulo Henrique Leme comentou em: 12/07/2012 15:09
Estes exemplos!
Prezada Helga,
Seus exemplos são perfeitos!
Apesar de termos excelentes profissionais que fazem verdadeiras obras de arte com o café, ele ainda permanece à parte quando se fala em gastronomia regional.
E a verdade Helga, é que se não tivermos uma forte iniciativa nacional nesse sentido, temo que muitos bons projetos irão morrer.
Um abraço,
Paulo Henrique Leme
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