T Ó P I C O : Café de montanha, uma riqueza nacional
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Café de montanha, uma riqueza nacional
Autor: Thiago Tavares Botelho
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Último comentário neste tópico em: 27/05/2016 11:01:30
Thiago Tavares Botelho comentou em: 27/05/2016 10:58
Café de montanha, uma riqueza nacional
A 1200 metros de altitude, na região da Mantiqueira de Minas, estão as lavouras de onde saem alguns dos melhores cafés do Brasil. Ao entornar a xícara quentinha de uma bebida cuja produção teve início por aquelas bandas, tomamos o belo resultado de um terroir perfeito: a combinação natural de altitude, solo fértil (rico em minerais e umidade) e microclima ideal da Serra da Mantiqueira. O fruto cultivado nessa cadeia montanhosa tem sabor e aroma tão particulares que ganhou selo de denominação de origem, dado a produtos de alta qualidade e características únicas.
São duas as espécies que originam cafés especiais: robusta e arábica. A primeira, resistente a mudanças de temperaturas, ficou conhecida como café do mato, tão simples é o seu manejo e cultivo. A segunda, 70% de toda produção mundial da bebida, se dá melhor em lugares altos e é encontrada em abundância no entorno de Carmo de Minas, cidadezinha na Mantiqueira. Mundo novo, catuí e acaiá são alguns dos tipos plantados por ali. Mais raro e chatinho de cuidar, no entanto, o bourbon amarelo, cujo dulçor natural coleciona admiradores, é a joia da região e queridinho dos produtores.
Quando é tempo de colheita - oficialmente, 24 de maio no Brasil, o Dia Nacional do Café -, a frutinha cor de ouro ganha manchas pretas. É sinal de que está madura e no ponto certo para ser retirada da árvore. Os produtores precisam respeitar e prestar atenção a esse momento para não perder o “timing”, já que a fruta, se colhida antes do tempo, não amadurece fora do pé. Em seguida, ela passa por um processo no qual cascas são separadas das sementes, que seguem para secagem e classificação.
Os grãos gourmet não podem ter defeitos, tamanhos diversos e impurezas como os dos cafés comerciais, ou café Tom Jobim, como brincam os profissionais que trabalham no processo cafeeiro de alto padrão. “É pau, é pedra é o fim do caminho”. Quanto mais puro e padronizado, melhor a experiência sensorial na hora da xícara. A semente verde é vendida e segue para moagem e torra específicas de cada comprador.
A qualidade do café da Mantiqueira de Minas chamou a atenção de gigantes do segmento e em 2005 a Nespresso passou a exportar da região. Apenas 10% de toda produção de cafés no mundo é gourmet. Desses, somente 2% se encaixam nos padrões da marca suíça, boa parte é proveniente do Brasil. Hoje, o País é maior fornecedor de café verde da companhia, que estabeleceu equipe de agrônomos para orientar os produtores e garantir conservação do terroir, fertilização adequada e práticas agrícolas sustentáveis.
Aguinaldo pedro/divulgação Nespresso
Até virar cápsula
Diretor da Nespresso no Brasil, Jean-Marc Dragoli revela que, depois de peneirado e separado da parte defeituosa, os grãos verdes colhidos em Carmo de Minas são enviados para a Suíça. Por lá, especialistas decidem se farão blends do produto nacional com cafés vindos da Etiópia, Colombia e outros países produtores, de acordo com cada perfil aromático. Depois de moagem e torra, o pó (5g ou 6g) é encapsulado e selado com um lacre de alumínio para evitar oxidação - nem ar ou luz passam - e manter o frescor de como tivesse sido moído na hora.
Quando o objeto é inserido na máquina, a parte mais afunilada é perfurada e a água é injetada na quantidade, temperatura e pressão ideais - equação que um barista precisa solucionar manualmente. Em seguida, o lacre é rompido, o líquido vai para a xícara e a cápsula é descartada pelo próprio aparelho. São seis meses da colheita do fruto do cafeeiro até as variações estarem disponíveis no e-commerce, e menos de 20 segundos entre inserir o invólucro, apertar o botão e receber na xícara um café perfeito. E cada capsula é um mundo à parte.
Fonte: folhape.com.br
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