T Ó P I C O : Artesã do interior de Minas Gerais recicla filtros de café para fabricar luminárias
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Artesã do interior de Minas Gerais recicla filtros de café para fabricar luminárias
Autor: Leonardo Assad Aoun
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Último comentário neste tópico em: 28/02/2024 11:49:18
Leonardo Assad Aoun comentou em: 28/02/2024 11:41
Artesã do interior de Minas Gerais recicla filtros de café para fabricar luminárias
O Stúdio Simone Oliveira tem sede na cidade de Carangola e vende luminárias, móveis, produtos de decoração e acessórios
A empreendedora Simone Oliveira vende luminárias feitas com filtro de café — Foto: Divulgação
A empreendedora Simone Oliveira, de 51 anos, começou sua vida profissional trabalhando na lanchonete da família. Notou que o estabelecimento tinha muitos resíduos de filtro de café e teve uma ideia: utilizá-los para fazer luminárias sustentáveis. A inovação se mostrou promissora e foi o começo do Stúdio Simone Oliveira, com sede na cidade de Carangola, no interior de Minas Gerais.
A empresa, antigamente chamada de Brasil Pitanga, expandiu o seu catálogo de produto e hoje vende móveis e outros produtos de decoração. Os resíduos são utilizados para produzir acessórios como colares, anéis e braceletes, também vendidos no e-commerce da marca.
“Nosso diferencial é aproveitar tudo, do início ao fim da produção. As peças que sobram podem ser usadas como puxadores nos mobiliários e maçanetas, por exemplo”, diz a empreendedora. “Temos uma área de reúso. Não cortamos nada antes de ver se existe algum resíduo que pode ser aproveitado."
A família não tem mais a lanchonete, e Oliveira passou a receber doações de filtros de café para fabricar os produtos. Hoje, 80% das luminárias vendidas pelo negócio são feitas com o material reciclado.
Primeiros passos
A empreendedora conta que trabalhava na lanchonete da família como vendedora. Em seu tempo livre, lia revistas para aprender como desenvolver produtos artesanais, como porta-retratos, caixas de acessórios, velas e sabonetes. “Eram peças que eu costumava fazer para mim e para vender para poucas pessoas. Não pensei que poderia gerar uma grande renda”, diz Oliveira.
As luminárias ainda não eram sua prioridade. "Eu gostava muito de iluminação, mas não sabia como fazer. Um dia, cheguei em uma loja e pedi uma luminária emprestada para aprender a fazer uma igual”, diz a empreendedora, que se surpreendeu quando o vendedor aceitou emprestar o item — sem nem pedir seu telefone ou seu documento.
As primeiras peças produzidas por Oliveira eram feitas com o fio de rami, uma fibra natural. “Depois, percebi que precisava de algum material que pudesse ofuscar um pouco mais a luz. Na lanchonete sobraram muitos filtros de café, e decidi usá-los. Eu secava o material na chapa e, então, o colocava em volta da luminária", afirma. A empreendedora garante a durabilidade do produto e diz que, em sua própria casa, tem luminárias fabricadas há mais de dez anos.
A pandemia trouxe alguns desafios para o negócio, que, até então, vendia seus produtos em feiras de artesanato. Uma das estratégias foi aumentar a gama de produtos, oferecendo móveis feitos de madeira reciclada. Outra foi a criação de um e-commerce para a marca. “Eu era um pouco resistente à ideia de vender artesanato na internet, mas tive de me adaptar. Investi em fotos melhores e contratei uma pessoa para gerenciar estratégias de tráfego pago”, diz a empreendedora.
O aprendizado na empresa fez com que Oliveira chegasse a dar palestras sobre artesanato — ação que ela deseja manter neste ano. “Quero falar mais sobre o processo de desenvolver um produto do nada, de maneira sustentável”, afirma.
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