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T Ó P I C O : Mãe e filho realizam sonho de ter marca própria de café do interior de SP

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Mãe e filho realizam sonho de ter marca própria de café do interior de SP


Autor: Leonardo Assad Aoun

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Último comentário neste tópico em: 04/08/2024 15:20:26


Leonardo Assad Aoun comentou em: 04/08/2024 15:09

 

Mãe e filho realizam sonho de ter marca própria de café do interior de SP

 

Torrinha (SP) possui mais de 200 pequenos produtores de café e aguarda reconhecimento de IG

Por Isadora Camargo — São Paulo/Globo Rural

Família Gazola apresenta seus primeiros lotes de café especial com a marca própria em São Paulo

Família Gazola apresenta seus primeiros lotes de café especial com a marca própria em São Paulo — Foto: Isadora Camargo

Com cerca de 10 mil habitantes, Torrinha é um município do interior de São Paulo que tem como atrativo turístico e gastronômico o café especial. Ainda não são muitos produtores, mas o interesse recente de cultivar em poucos hectares algumas plantas de café, especialmente o arábica, tem rentabilizado e causado satisfação em quem está há muito tempo na cafeicultura.

É o caso de Gilmara Gazola, 52 anos, e seu filho Rafael, 33, que sempre sonharam em ter uma marca própria de café e este ano concretizaram o desejo que, segundo os dois, é um passo à frente na tradição agrícola da família de mais de 50 anos.

Há apenas dois, eles ganharam um prêmio regional pela qualidade do grão, impulso para criarem o 'Café Vó Leonilda'. O nome escolhido homenageia a mãe de Gilmara, já falecida, mas que deixou o "amor pela terra como herança", diz ela. A marca vem sendo exposta em eventos do setor por todo Estado de São Paulo.

Atualmente, eles possuem 50 mil pés de café arábica distribuídos em 20 hectares. Os resultados positivos refletiram em um plano de expansão de plantio de outros dois mil pés ainda esse ano. "A quantia significará mais três hectares de café e pretendemos chegar ano que vem nos 30 hectares", conta Rafael.

Entre as variedades plantadas estão a mundo novo, catuaí vermelho e catucaí, que é um pouco mais resistente à ferrugem do café, explicam os cafeicultores. A aposta para o próximo ano é cultivar a variedade arara, que costuma ter uma maturação mais tardia e dá um grão de maior qualidade, com doçura acentuada.

"Hoje, nosso café tem um sabor cítrico, com mais acidez e mais frutado. Houve uma pessoa que provou e disse que sentiu gostinho de limão nele", descreve Rafael.

Na safra 2023/24, a família colheu 300 sacas de 60 quilos, das quais vendeu 150 para corretores de mercado e as outras ficam para moer e torrar para a marca própria. As vendas são feitas em cafeterias locais ou por encomendas.

O município conta com a Associação dos Produtores de Café Natural do Bairro Paraíso do Alto de Torrinha (Cafenato). Segundo a entidade, atualmente, são cerca de 240 cafeicultores, a maioria agricultores familiares.

Mudanças climáticas

O calor intenso não deu trégua na propriedade dos Gazola e para a safra 2024/25, mãe e filho já contam com uma quebra de 15% a 20%, com grãos miúdos e lavoura muito machucada. "Tem lavouras de 2 anos e meio com a primeira carga [de café] que o pé está morrendo. Estiagem esse ano foi forte. De janeiro para cá, choveu 10 milímetros", agregou Rafael.

Ele observa que, mesmo mudando os sistemas de cultivo e investindo em variedades mais resistentes, a falta de água e o surgimento de uma ferrugem tardia em maio pesaram sobre os produtores da região, pois "queimou as lavouras". Ele prevê prejuízos até para a próxima temporada 2025/26 devido ao desfolhamento das plantas de café por causa da seca e dos termômetros altos.

Esse desfolhamento, detalha Rafael, é um péssimo sinal para o desenvolvimento da planta, que precisa ser "esqueletada", demorando mais para desenvolver e florir, o que interfere na quantidade de frutos. Se forem precoces, então, pode haver queda do grão e perda de qualidade.

Indicação Geográfica para Torrinha (SP)

Mapa das Indicações Geográficas em São Paulo até julho de 2023 — Foto: Divulgação/Mapa

Mapa das Indicações Geográficas em São Paulo até julho de 2023 — Foto: Divulgação/Mapa

Há um ano, o então superintendente de Agricultura e Pecuária de São Paulo, Guilherme Campos (hoje, secretário de Política Agrícola), encaminhou o pedido da potencial indicação geográfica (IG) do Café de Torrinha para as instâncias responsáveis do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em Brasília.

Apesar de ainda não aprovado, a expectativa é que o processo siga tramitando para consolidar mais uma região de café com o reconhecimento oficial. Produtores do local esperam a IG porque, na prática, ajuda a agregar valor ao produto e melhorar o nível de produção. A IG é concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).

As indicações geográficas são uma política pública para a proteção e promoção da propriedade intelectual que valoriza produtos ou serviços de determinada região pelo reconhecimento de características específicas daquele território e das pessoas que o produzem ou oferecem, estabelece o Mapa.

No caso do Café de Torrinha, a IG tem sido fomentada no âmbito do convênio com o Sebrae-SP e Instituto Federal de São Paulo (IFSP).

O Estado de São Paulo tem hoje sete produtos com a IG reconhecida: o café da Alta Mogiana, o calçado de Franca, o café da região de Pinhal, a cerâmica artística de Porto Ferreira, o café da região de Garça, o calçado infantil de Birigui e a uva niagara rosada de Jundiahy.

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