Leonardo Assad Aoun comentou em: 15/06/2025 17:35

'Coffee parties', festas regadas a café, conquistam jovens que põem álcool em segundo plano e preferem dormir cedo

Tendência, já consolidada em países como Espanha, Estados Unidos e Dubai, propaga um novo jeito de se divertir

Por Laís Rissato — São Paulo/O Globo

Coffee parties acontecem ao ar livre e trazem drinks à base de café como protagonistas — Foto: Maria Isabel Oliveira

O clima ameno do inverno que se aproxima, a música a céu aberto, os drinques e as comidinhas leves tornaram-se a fórmula de sucesso das “coffee parties”, ou “festas do café”. Comuns em países como EUA, Dubai e Espanha, a modalidade invadiu o eixo Rio-São Paulo e traz não só a bebida queridinha dos brasileiros como protagonista, mas também propaga um novo jeito de se divertir: Com o sol dando as caras, hora para acabar e o álcool no papel de coadjuvante.

Coffee party no Âme Patisserie, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo — Foto: Divulgação

“Sou frequentadora assídua. Além de gostar muito de diferentes tipos de café, crio conexões interessantes nas festas. É possível conversar e fazer amizades para além do flerte”, diz a influenciadora digital Beatriz Campos, de 21 anos. Ela esteve na “coffee party” promovida recentemente pela Tok&Stok no Âme Pâtisserie, em Pinheiros (SP). “Fomos um dos primeiros cafés a trazer essa ideia para São Paulo. Há uma mudança de comportamento e lifestyle, as pessoas quererem socializar mais e aproveitar o dia”, acredita Marina Murari, dona do Âme. “A ideia é continuar com o cardápio da casa, que inclui bolos, doces e o café tradicional, e trazer uma comidinha ou bebida diferente para os clientes.”

DJ e violinista na coffe party da Biscoitê — Foto: Maria Isabel Oliveira

Na mesma pegada, a marca Biscoitê promoveu a sua Brew & Beats, em um casarão de Higienópolis, também na capital paulista. Um dos drinques mais pedidos no dia foi o Pistache Frappé (R$ 24,50), com sorvete, café, creme de pistache e crumble de biscoito. Com a “pista” cheia, uma DJ e um violinista animaram os frequentadores. “Mais do que só vender, queremos criar uma conexão e um propósito entre os jovens, para que se divirtam de forma despretensiosa”, afirma Raul Matos, CEO da Biscoitê.

Raul Matos, CEO da Biscoitê — Foto: Maria Isabel Oliveira

O Rio segue pelo mesmo caminho: casas como Eleninha, no Horto, e Nolita Roastery, na Barra, também têm promovido “coffee parties” com brunch, música e degustação de cafés especiais. Para a pesquisadora Marina Roale, do Grupo Consumoteca, o café deixou de ser apenas uma bebida para se tornar um marcador de estilo de vida, principalmente entre os mais jovens. “Para uma geração que evita o descontrole, mas é viciada em estímulos e recompensa rápida, é perfeito: estimula sem intoxicar e performa bem nas fotos.”

Drink do Eleninha, no Jardim Botânico — Foto: Divulgação

Drink do Nolita Roastery, na Barra da Tijuca — Foto: Divulgação

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