T Ó P I C O : Robusta amazônico conquista paladar estrangeiro
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Robusta amazônico conquista paladar estrangeiro
Autor: Leonardo Assad Aoun
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Último comentário neste tópico em: 20/06/2025 16:14:10
Leonardo Assad Aoun comentou em: 20/06/2025 15:56
Robusta amazônico conquista paladar estrangeiro
Aroma e perfil mais exótico desse tipo de café são atrativos para os importadores estrangeiros
Por Isadora Camargo — Cacoal (RO)/Globo Rural
Café plantado na região amazônica tem agradado estrangeiros — Foto: Globo Rural/Isadora Camargo
Em Rondônia, a produção de café amazônico ganha a atenção internacional. A variedade que os produtores plantam no Estado é da família dos canéforas, que inclui o conilon capixaba, e tem se destacado por agradar ao paladar estrangeiro. Em agosto, uma comitiva de russos visitará Cacoal (RO), o maior produtor de robusta no Norte do país.
Juan Travain, presidente da cooperativa Cafeicultores Associados da Região de Matas de Rondônia (Caferon), afirma que, ao receber os russos, a intenção é estabelecer laços diretos entre produtor e clientes internacionais. Segundo ele, o aroma e perfil mais exótico desse tipo de café são atrativos para os importadores estrangeiros.
Além dos russos, coreanos, chineses, árabes e africanos provaram e gostaram do café amazônico, segundo Travain. Desde 2023, a cooperativa fortaleceu o diálogo com a Agência de Promoção das Exportações (ApexBrasil) para internacionalizar o robusta do Estado.
Travain atribui o interesse estrangeiro pelo robusta amazônico ao sabor exótico e ao “rendimento impressionante”, segundo descreve. Além disso, afirma ele, os produtores locais estão customizando a torra, a moagem e o tipo de bebida para atender a esses consumidores.
“Fomos os primeiros a vender café robusta para a Coreia do Sul via Arco Norte. Isso é uma forma de ganhar prêmio e promover rota alternativa de embarque, ainda que sejam de lotes menores [se comparados aos embarques no porto de Santos]”, conta.
O dirigente observa que o café robusta começou a ser reconhecido como um grão para torra de bebidas de qualidade somente em 2019, momento em que começou a ganhar boa reputação com prêmios e certificações ambientais.
Travain lembra, contudo, que a produção de Rondônia é ainda mais antiga. A atividade já existia na década de 1980, quando o Estado deixou de ser um território e tornou-se uma unidade federativa. Há meio século, conta, quem cuidava do café eram, principalmente, indígenas e migrantes capixabas, que, em busca de terra barata, começaram a plantar os canéforas em Rondônia.
A aposta na melhoria da qualidade do café robusta refletiu-se no pagamento de prêmios aos agricultores, que recebem até 30% a mais pelo produto. Isso, por sua vez, permitiu aos cafeicultores investir em técnicas de beneficiamento, como a fermentação do grão, que confere sabores e aromas diferenciados.
Foi em Cacoal, durante um evento de imersão sobre o robusta amazônico no fim de 2023, que produtores receberam a primeira comitiva internacional. Na fazenda de 10 hectares de um dos associados da Caferon, os clientes estrangeiros puderam degustar e conhecer mais sobre o café local.
A iniciativa deu frutos. Entre os presentes estavam funcionários da Luckin Coffee, a maior rede de cafeterias chinesa, que, menos de um ano depois, fechou o maior acordo de compra de cafés entre China e Brasil. O contrato prevê que produtores brasileiros vão fornecer 240 mil toneladas de café à empresa entre 2025 e 2029, em um negócio avaliado em US$ 2,5 bilhões.
Hoje, os rondonienses defendem o robusta como patrimônio gastronômico e cultural — e veem o café beneficiar a economia de diversas cidades.
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