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T Ó P I C O : O Efeito Trump e os Cafés do Brasil

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O Efeito Trump e os Cafés do Brasil


Autor: Leonardo Assad Aoun

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Último comentário neste tópico em: 10/07/2025 19:16:45


Leonardo Assad Aoun comentou em: 10/07/2025 13:14

 

Efeito Trump: Setor cafeeiro acredita que café deve ser incluído na lista de exeções para isenção de tarifas dos EUA

 

Notícias Agrícolas ouviu seis especialistas para avaliar impactos no café e, pela lógica, indústria americana poderia ser a mais afetada; entenda

Após anúncio da aplicação de uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil, realizado nesta quarta-feira (09) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, especialistas do setor cafeeiro demonstraram preocupação, principalmente, sobre as exportações brasileiras de café, uma vez que o Brasil é o principal fornecedor do grão aos EUA. 

Com a tarifação de 50% sobre o produto, a oferta do deve ficar restrita no mercado internacional. Porém, ainda é cedo para avaliar os impactos desta nova alíquota do presidente americano, e o setor acredita que, se consolidada, o café entrará em uma lista de exceções isenta de tarifas nos EUA, em trabalho que conta com apoio da Associação Nacional do Café (NCA) dos EUA.

Veja as opiniões dos especialistas do setor:

"Se entrar em vigor , vai ser um super desatre , principalmente para as vendas já feitas. E isso também pode suspender as futuras. A política de Trump sempre pode impactar o mercado cafeeiro".

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Eduardo Carvalhaes, analista de mercado do café do Escritório Carvalhaes 

" Não dá para saber o que vai acontecer, não tem detalhamento, não tem nada, e eu acho que eles vão voltar atrás. Porque não tem sentido que os americanos colocaquem 50% em cima do preço do café verde, já que eles industrializam esse café, a própria indústria americana está contra isso. Tudo no mundo hoje é rápido, o Trump fala uma coisa um dia, fala outra coisa outro dia, assim, fica impossível de saber o que vai acontecer, e temos que aguardar. Não vejo lógico uma vez que o Brasil é o maior fornecedor de café verde para os Estados Unidos, e as indústrias americanas transforma essas exportações em muita riqueza e muito emprego. Acho que eles vão voltar atrás". 

Vicente Zotti, sócio-diretor da Pine Agronegócios

"No momento, a incerteza é muito maior do que a certeza. Mas, eu acredito que o mercado não vai trabalhar com o cenário de 50% de tarifa, porque já foi anunciado que alguns itens entrariam em exceção, e essa lista de exceção contaria com o café.  Já tinha colocado pelo próprio SDA essa possibilidade de colocar café, suco de laranja em exceção, e eu acredito até que o mercado está trabalhando nessa situação.  Porque se for verdade, o 50%, a demanda de café Robusta com anilonquista no Brasil migraria para a Indonésia e Vietnã, que fortaleceria os futuros de Arábia.  É claro, mercado ainda no programa eletrônico, tem muita coisa pra rodar. Temos que aguardar". 

Fernando Maximiliano, analista de café da StoneX

" Isso é uma preocupação para as exportações brasileiras, sem sombra de dúvidas. Os Estados Unidos é o principal destino das nossas exportações de café, então, a imposição dessas tarifas vai diminuir a competitividade do nosso produto. Um ponto importante é: Além do Brasil, além dos exportadores, quem mais vai sofrer com isso? A gente já tem inflação de mais de 20% no acumulado anual, e a imposição dessas tarifas intensificaria ainda mais a inflação para o prórpio consumidor americano.  Isso também afetaria a própria indústria americana, porque se olharmos os dados da própria Associação Nacional do Café (National Coffee Association), conseguimos imaginar o impacto da indústria do café na economia americana. Em 2022, foram 343,2 bilhões de dólares movimentados, 2,2 milhões de pessoas empregadas, e a cada um dólar gasto de exportação de café nos EUA, é gerado um valor dentro do próprio país de 43 dólares. Avaliando esse cenário, no final das contas, a mais impactada seria a própria indústria americana. Lembrando também  que o país é o maior consumidor do mundo de café. Os Estados Unidos também impôs tarifas sobre Vietnã, Indonésia, Colômbia,  os principais fornecedores de café ao país, então, isso tudo de novo coloca mais pressão sobre a indústria americana". 

Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé)

"Estamos acompanhando com muita atenção a discussão sobre tarifas dos EUA, que são o maior mercado consumidor de café do mundo, enquanto o Brasil é o principal produtor e exportador. Mas, nós temos esperança de que o bom senso prevaleça, a previsibilidade de mercado, porque nós sabemos que quem vai ser onerado é o consumidor norte-americano. E tudo que gera impactos ao consumo é ruim para fluxo de comércio, ruim para indústria e desenvolvimento dos países". 

Gil Barabach, analista da consultoria Safras & Mercado

"EUA é o principal importador de café do Brasil. Lógico que tarifas de 50% preocupam e podem reduzir embarques de café brasileiro para lá. Mas, ainda é preciso aguardar os desdobramentos para verificar o que será efetivo".

Por: Raphaela Ribeiro

 

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