T Ó P I C O : Danos potenciais da chuva de granizo ao cafeeiro e o que fazer para mitigar os danos - Prof. José Donizeti Alves
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Danos potenciais da chuva de granizo ao cafeeiro e o que fazer para mitigar os danos - Prof. José Donizeti Alves
Autor: Leonardo Assad Aoun
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Último comentário neste tópico em: 25/07/2025 23:32:54
Leonardo Assad Aoun comentou em: 25/07/2025 23:53
Danos potenciais da chuva de granizo ao cafeeiro e o que fazer para mitigar os danos - Prof. José Donizeti Alves
O clima seco, até então favorável à colheita do café, foi interrompido na tarde desta sexta-feira (25/07/2025) por uma intensa chuva de granizo acompanhada de fortes rajadas de vento, que atingiram diversas lavouras no Sul de Minas Gerais. Embora ainda seja cedo para mensurar com precisão a extensão dos danos causados por esses fenômenos meteorológicos extremos, fotos, vídeos e relatos de produtores que circulam pela internet já indicam que uma área significativa de cultivo de café pode ter sido afetada.
Embora ainda não seja possível calcular, neste primeiro momento, os prejuízos financeiros, já é viável antecipar os impactos a curto, médio e longo prazo nas lavouras. Os danos mais evidentes foram observados logo após a ocorrência dos fenômenos, incluindo intensa queda de folhas e frutos, quebra de ramos, além de folhas remanescentes rasgadas e penduradas nos ramos.
Nos próximos dias, é esperado o aparecimento de lesões nos caules, ramos e frutos, que poderão servir como porta de entrada para patógenos oportunistas. Isso exigirá ações imediatas, como a aplicação de produtos à base de cobre, com o objetivo de acelerar a cicatrização das feridas e prevenir infecções. Além das estruturas vegetativas, já se identificam danos nas gemas e nos botões florais, incluindo a queda de botões, especialmente aqueles em estágio mais avançado de desenvolvimento, o que pode comprometer significativamente a próxima safra.
É importante esclarecer que os danos que resultaram na abscisão de folhas, frutos e botões florais podem se repetir dentro de aproximadamente uma semana. Isso ocorre devido ao forte estímulo na produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e etileno, desencadeado pelos ferimentos nas plantas, intensificando ainda mais a queda dessas estruturas.
Além disso, é possível deduzir que os danos na região apical dos ramos plagiotrópicos, além de quebrar a dominância apical e induzir a brotação de gemas laterais, podem provocar a seca dos ponteiros. Essa condição tende a evoluir progressivamente, comprometendo uma grande parte do ramo produtivo e, consequentemente, prejudicando as duas safras seguintes.
Neste momento, apesar da surpresa causada pela improvável ocorrência de chuvas de granizo, recomenda-se que os cafeicultores antecipem, assim que possível, a aplicação de fertilizantes foliares, especialmente micronutrientes e bioestimulantes. Esses produtos desempenham papel fundamental na mitigação do estresse oxidativo e na retomada das atividades fisiológicas das plantas, favorecendo a produção de energia, essencial para que o cafeeiro possa superar, mais uma vez e no menor espaço de tempo, as adversidades climáticas impostas por este evento extremo que foi a chuva de granizo.
É recomendável que o produtor procure um engenheiro agrônomo de sua confiança para realizar um diagnóstico detalhado dos danos na lavoura e indicar as melhores práticas fitotécnicas de intervenção.
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