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T Ó P I C O : Portugal recebe a 30ª ASIC. Brasil será a sede em 2027.

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Portugal recebe a 30ª ASIC. Brasil será a sede em 2027.


Autor: Leonardo Assad Aoun

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Último comentário neste tópico em: 04/11/2025 23:12:50


Leonardo Assad Aoun comentou em: 04/11/2025 19:57

 

Portugal recebe a 30ª ASIC e reúne 37 países para discutir as fronteiras da ciência do café; Brasil será a sede em 2027

 

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A 30ª ASIC Conference on Coffee Science transformou a Reitoria da Universidade de Lisboa em um ponto de encontro global da pesquisa em café, reunindo delegações de 37 países para debater avanços em agronomia, química, tecnologia, sustentabilidade e saúde humana. A delegação brasileira foi a maior do evento e também se destacou pelo volume de trabalhos apresentados, em pôsteres e comunicações orais. Durante a programação, foi anunciado que o Brasil sediará a edição de 2027 da conferência, marcando os 300 anos da introdução do café no País.

Ciência e sustentabilidade 

Organizada pelo Instituto Superior de Agronomia (ISA/Universidade de Lisboa) e promovida pela Association for the Science and Information on Coffee (ASIC), em parceria com a AICC – Associação Industrial e Comercial do Café, a conferência teve sessão inaugural com a presença do reitor da Universidade de Lisboa, professor Luís Manuel Ferreira, do professor António Brito (diretor da Escola de Agronomia) e da presidente da Asic, Astrid Nehlig. Entre as palestras de abertura, Andrea Illy (About coffee, sustainability and the future), Annette Pensel (Global Coffee Platform) e Cláudia Pimentel (AICC), compondo um painel que conectou inovação, sustentabilidade e história do café português.

Durante a cerimônia de abertura, houve uma homenagem ao pesquisador Tumoru Sera, do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), reconhecido por suas contribuições à genética e melhoramento do cafeeiro. A presidente da ASIC destacou o legado científico deixado pelo pesquisador brasileiro e sua relevância para o avanço da cafeicultura mundial. Em respeito à sua memória, foi realizado um minuto de silêncio,  simbolizando o reconhecimento da comunidade científica internacional.

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Temas e tendências

A programação científica da ASIC 2025 reuniu 14 sessões orais e 9 sessões de pôsteres, totalizando cerca de 160 trabalhos que refletiram a amplitude e a atualidade da pesquisa global sobre café. A diversidade dos temas mostrou como a ciência do café se consolida como um campo interdisciplinar, que conecta desde os mecanismos moleculares da planta até os impactos sociais e ambientais da produção.

As sessões orais abordaram tópicos emergentes como nutrição e saúde humana, uso de inteligência artificial para análise sensorial e controle de qualidade, tecnologias de fermentação e processamento, mitigação das mudanças climáticas e novas abordagens em genômica e melhoramento genético. Já os pôsteres concentraram resultados de pesquisas em fisiologia vegetal, biotecnologia, fitopatologia, manejo de lavouras, sustentabilidade, química, torra e qualidade sensorial, compondo um panorama que evidencia a convergência entre ciência básica e aplicação prática.

A participação brasileira foi a mais expressiva do evento, com 31 trabalhos apresentados: três comunicações orais e 28 pôsteres, representando cerca de 20% do total das contribuições. As pesquisas do Brasil cobriram desde estudos genéticos e fisiológicos até estratégias de manejo sustentável e inovação tecnológica na pós-colheita, confirmando a relevância nacional na produção de conhecimento científico sobre café.

Além da representatividade numérica, o conteúdo das pesquisas brasileiras reafirmou o papel do País como referência mundial em ciência, tecnologia e sustentabilidade cafeeira, com destaque para estudos voltados à resiliência climática, à redução de impactos ambientais, ao melhoramento genético e à qualidade sensorial dos cafés produzidos nas diferentes regiões brasileiras.

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Visita técnica 

Na sexta-feira (31/10), os participantes visitaram o Jardim Botânico da Ajuda (ISA), onde está parte do Banco de Germoplasma do Centro de Investigação das Ferrugens do Cafeeiro (CIFC), instituição tradicional de pesquisa que desde 2015 passou a ser uma unidade de investigação e formação avançada do ISA/ULisboa. Referência mundial em germoplasma de Coffea e coleções de H. vastatrix, a visita aproximou equipes internacionais do acervo e dos projetos em curso.

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Conhecimento e colaboração 

A avaliação geral do evento também foi marcada por uma percepção positiva quanto à qualidade científica e ao espírito de colaboração entre os participantes. Para Maria do Céu Silva(CIFC), presidente da comissão organizadora e integrante do comitê científico, a conferência se destacou pela interação pessoal e troca de experiências: “O que fica é a interação pessoal. Do ponto de vista científico, a conferência teve apresentações de muito bom nível. Temos grande satisfação ao perceber a evolução da qualidade dos trabalhos ao longo dos anos e a diversidade de países representados.” 

Para Leonor Guerra-Guimarães, também pesquisadora do CIFC e membro da comissão organizadora, o encontro cumpriu plenamente o seu papel de integração. “Foram 37 países reunidos, com comunicações muito boas e uma parte social bem-sucedida, com elevada discussão científica, encontros e a oportunidade de apresentar parte do nosso trabalho no Jardim Botânico, além da visita ao Centro de Ciência do Café, em Campo Maior, uma iniciativa do grupo Delta Café, que alia conhecimento, memória e popularização da ciência”, pontuou.  

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ASIC 2027 no Brasil 

O anúncio do Brasil como sede em 2027 foi realizado durante a programação da ASIC 2025, tendo como proponente o Instituto Mió (Monte Santo de Minas, MG), em parceria com instituições públicas e privadas brasileiras. O Mió é uma fazenda-escola e plataforma de exportação, que tem se destacado pela atuação direta com torrefações e práticas inovadoras de processamento e rastreabilidade. 

Além de concentrar ampla comunidade de pesquisa e cadeia produtiva de referência, a edição 2027 ocorrerá no marco dos 300 anos da introdução do café no Brasil, como lembrou Astrid Nehlig, e deverá ampliar a participação global, com foco em inovação, sustentabilidade e cooperação internacional. “Já tivemos muitos brasileiros nesta edição e espero ainda mais no Brasil. É um grande país, com grandes produções e muita ciência. E será ainda mais especial por marcar 300 anos da introdução do café no Brasil”, declarou. 

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Cibele Aguiar, especial para a Rede Social do Café

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