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T Ó P I C O : Café descafeinado: entenda o processo de retirada da cafeína

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Café descafeinado: entenda o processo de retirada da cafeína


Autor: Carla de Pádua Martins

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Último comentário neste tópico em: 10/06/2014 12:23:59


Carla de Pádua Martins comentou em: 10/06/2014 12:17

 

Café descafeinado: entenda o processo de retirada da cafeína

 

 

Café descafeinado não costuma agradar consumidores (Fotos: Flavio Flarys / G1)

Originário da Etiópia e bebida tradicional na cultura do Brasil, o café já foi até o responsável por diversas mudanças na história do país (na política conhecida como café-com-leite). Ele é um estimulante natural, por conter cafeína. Esta substância é absorvida pelo corpo em menos de 20 minutos após a ingestão do café. No cérebro, ela aumenta a influência da dopamina. Diversos malefícios são atribuídos ao consumo excessivo do café, exatamente porque ele contém cafeína.

"Muitos não sabem, mas a cafeína é a droga mais utilizada no mundo. O interessante, embora com efeito bem mais ameno, é que ela estimula os mesmos pontos do cerébro que as anfetaminas e a cocaína, por exemplo. Por isso, causa um leve vício", explica Daniel Légora, professor de química do Colégio Aprovado, em Macaé, interior do Rio.

O tipo de café influencia muito na quantidade de cafeína contida em uma xícara. Os grãos de café Robusta contêm, em média, de 2% a 4,5% de cafeína. Já o Arabica, correspondente a cerca de 75% da produção mundial, contém cerca de 1,2% de cafeína. Como o que realmente importa é a quantidade de cafeína dissolvida na água quente, a conta para saber quanta cafeína há num simples café fica ainda mais complicada: quantidade de água, tempo de contato do café com a água, tipo de moagem e preparo do café, além de outros fatores, influenciam na quantidade de cafeína dentro da xícara.

Expresso contém menos cafeína que o normal (Foto: Anna Gabriela Ribeiro / G1)

Como é difícil calcular todas estas variantes, pela média a conta é esta: uma xícara de café expresso (cerca de 60 ml) contém cerca de 90 mg a 200 mg de cafeína. Já a mesma xícara de café comum - o tradicional "cafezinho" - bem preparado tem de 150 mg a 300 mg de cafeína (vale ressaltar que "café comum bem preparado" refere-se a um café de qualidade, com correta relação de água para pó de café). Isto acontece porque, no preparo do café comum, o produto fica por mais tempo em contato com a água. Portanto, a equivalência é possível, mas os expressos contêm, na média, menos cafeína.

Na Duetto's Café, localizada no Centro de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, a proporção é de 92% de saída dos cafés expressos, contra 8% de pedidos pelo descafeinado. Vanda Maria Martins Ramos, sócia-proprietária do estabelecimento, explica que o consumo do descafeinado aumentou significativamente no último ano. “A procura cresce junto com a busca por um estilo de vida mais saudável”, disse a empresária. Ao todo, 40 descafeinados são consumidos por semana, enquanto a média de expressos e cafezinhos semanais fica próxima dos 540.

 

Café descafeinado
Retirar a cafeína tornou-se uma meta das indústrias que vendem o produto pronto para consumo. Atualmente, para ser chamado de descafeinado, o café precisa ter mais de 97% da cafeína retirada. Como o café tem cerca de 800 a 1.500 compostos químicos diferentes, extrair os cerca de 1% a 2% de cafeína sem alterar o sabor original do produto é praticamente impossível.

Processo de descafeinar o café surgiu em 1903 (Foto: Reprodução/TV Globo)

Em 1903, um químico alemão chamado Ludwig Roselius conseguiu retirar a cafeína do café sem alterar muito o sabor original do produto: ele utilizou o cloreto de metileno, que dissolve muito pouco os outros componentes do café e evapora com facilidade. Roselius, então, criou o Sanka, uma marca de café inspirada no francês "sans caffeine" (sem cafeína). Surgiram, então, diversas marcas de cafés descafeinados, todos com este mesmo método. Mas, na década de 1980, o cloreto de metileno foi apontado como cancerígeno. Então, a indústria do café foi obrigada a desenvolver uma solução para continuar oferecendo o produto no mercado. Uma, não. Várias!

A primeira é chamada de método da água, onde a cafeína, primeiramente, é extraída em água quente (a cafeína dissolve-se na água). Após isto, ela é retirada da água com um solvente orgânico e, em seguida, a água sem cafeína, mas com todos os sabores oriundos do café, é colocada de volta nos grãos e secada. Com isto, o solvente mantém-se longe dos grãos.

Diversas maneiras de descafeinar o café foram criadas (Foto: PA/BBC)

Uma outra solução é realizada através de um processo que extrai a cafeína e a transforma em gás carbônico, mas em uma forma que os químicos chamam de "supercrítica": não é líquida, gasosa e nem sólida.

Por último, existe um processo onde há a lavagem dos grãos de café com água quente saturada com os compostos químicos do café, exceto a cafeína. Então, apenas ela é dissolvida na água, que é retirada em seguida.

 

G1 Região dos Lagos por CCCMG

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