T Ó P I C O : Certificação Fair Trade - Questão de Justiça e de um bom café
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Comentários do Tópico
Certificação Fair Trade - Questão de Justiça e de um bom café
Autor: Antonio Sergio Souza
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48 comentários
Último comentário neste tópico em: 06/02/2012 17:04:31
MRIAM MONTEIRO DE AGUIAR comentou em: 14/12/2011 22:47
COMERCIO JUSTO???
Ao que parece nem as palavras e expressões tem resistido ao dominio absoluto do liberalismo economico, contexto no qual o MERCADO justifica tudo. Faz sentido falar em "comércio justo"?
Na contra-mão do momento brasileiro de incentivo politico e economico ao desenvolvimento e profissionalização da agricultura familiar as portas antes abertas como alternativas aos modelos tradicionais se rendem ao MERCADO.
O consumidor, "cidadão pagante" que sempre tem razão, terá informações de fato sobre as mudanças estruturais que a alteração deste sistema de certificação "Fair Trade" representa?
Isto cria uma grande confusão, pois conforme ja argumentaram varias pessoas o volume de café certificado proveniente da grande produção ja tem inumeros certificados que atestam sua rastreabilidade e atendimento 'a codigos de conduta e padrões socio ambientais.
Perdem os grupos organizados, perdem os produtores familiares, perdem os consumidores que acreditavam fazer das suas opções de consumo uma ação política .
O mais triste, eu me pergunto, Miguel Zamorra, faz sentido este coro de protestos ? Alguem vai ouvir? Ou, este inconformismo soa como um eco defasado, quando provavelmente ja estarão, cafes da safra 2011, nas prateleiras das grandes redes em novas embalagens identificadas como Fair Trade atendendo ao MERCADO regido pelas leis do comércio ...JUSTO?
VAmos acreditar na informação e comunicação como meio de ação política. Produzir e consumir também são atos politicos. Vamos questionar, divulgar e procurar altenativas que sirvam ao desenvolvimento humano num sentido amplo e principalmente a preservação do planeta. Na carona deste debate muitos outros estão contido na nossa xicara!
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Miguel comentou em: 15/12/2011 00:51
Comercio Justo pra trabalhadores rurais tambem
Boa noite,
Muito obrigado pelos comentarios.
O trabalho de nois de pilotear o modelo pra trabalhar con trabalhadores rurais e algo consistente com o trabalho da Fair Trade de muitos anos. O Fair Trade tem trabalhado com trabalhadores rurais por muitos anos e em muitos produtos. Pra nos, Fair Trade e uma ferramenta pra apoiar aos agricultores familiares e aos trabalhadores rurais. Isso e parte de nossa (Fair Trade USA) missao e visao por muitos anos. O Fair Trade ano nivel de Europa tamben tem trabalhado com trabalhadores rurais em muitos produtos por muitos anos.
Nos ofrecemos apoio aos produtores familiares em muitas partes do mundo pra acceder o mercado nos Estados Unidos (com trenamentos pra melhoramento de qualidade, trabalhando com compradores nos Estados Unidos pra que visitem aos produtores, etc). Com trabalhadores rurais, nos trabalhamos em temas de trenamento pra os trabalhadores en questoes organizativas, gestao de projetos (pra uso de premio Fair Trade), etc. O trabalho que Fair Trade faz (e Fair Trade USA) a nivel mundial e em muitos produtos vai apoiar aos dos grupos (produtores familiares e trabalhadores rurais).
Sobre o tema do consumidor, nos Estados Unidos o messagem do Fair Trade e sobre comunidades rurais e nao especifico sobre produtores familiares nem trabalhadores rurais. O messagem de Fair Trade USA nos Estados Unidos e que o Fair Trade apoia as comunidades rurais, apoia ao ambiente e sao produtos de qualidade.
Nos comecamos este trabalho de pilotos agora e nossa ideia e trabalhar com as organizacoes de produtores familiares, sindicatos, ONGs e outros parceiros que queram dar retroalimentacao pra melhorar os estandares e o sistema pra que possam apoiar mas produtores familiares e trabalhadores rurais no mundo. A ideia e crescer o mercado e o premio social (sobrepreco) pra os dois grupos (em fazendas, o premio vai pra os trabalhadores rurais que decidem democraticamente como usar o premio). Nossa ideia e seguir apoiando as associacoes Fair Trade e que elas continuam crescendo suas ventas Fair Trade aos Estados Unidos. Nos vamos seguir trabalhando em isso e colaborado com elas em tudo o trabalho futuro.
Nos estamos comecando um trabalho pra aopiar mas comunidades rurais. Nao e um trabalho pra conseguir mais suministro. Nossa visao de Fair Trade pra Tudos nao e um trabalho de suministro mas e um trabalho pra apoiar aos trabalhadores rurais em cafe.
Eu quero visitar Brasil no Fevereiro e gostaria ter a possibilidade de seguir a discusao em pessoa com muitos de voces (tudos voces se fora possivel).
Obrigado pela discusao e espero tudos podamos falar sobre ideias de como o Fair Trade pode seguir apoiando aos produtores familiares e apoiar tambem aos trabalhadores rurais em propiedades maiores.
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Agda Silva Prado comentou em: 15/12/2011 10:56
A integridade ja foi perdida!
Caríssimos,
Saudaçoes cafeeiras.
Nesse "novo contexto" da Fair Trade todos saem perdendo, e discrédulos de um movimento pelas causas JUSTAS no que tange ao MERCADO.
A possibilidade de alterar a forma de novos entrantes para a certificaçao ja mostra que a Fair Trade está perdendo seu foco antes priorizado.
Ao invés de valorizar ainda mais os pequenos produtores, está cedendo às pressões das grandes empresas e dos grandes cafeicultores.
É triste, lamentavelmente uma desilusão.
Agda Silva Prado.
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Pedro Paulo de Faria Ronca comentou em: 15/12/2011 12:47
Contradições impensáveis
Saudações Cafeeiras,
A decisão da FairTrade USA, caso seja confirmada, vai ser uma quebra de confiança no modelo Fair Trade. Certificação é baseado em confiança, reputação. O selo precisa garantir que realiza aquilo que promete. A idéia sempre vendida foi de comércio justo para agricultores familiares. Isso vai se perder com essa mudança.
Parece que a lógica do lucro, para aumentar volume de café certificado, está imperando sobre os príncipios e ações do Fair Trade. Uma contradição perfeita!
É obvio que a forma mais rápida e menos trabalhosa de aumentar volume de café certificado é certificar grandes produtores. Mas é muito contraditório pensar que a Fair Trade USA tome essa decisão contra seus principios. É muito mais lento e trabalhoso certificar milhares de produtores familiares. Mas isso pode sim promover melhorias na agricultura familiar.
Fica a pergunta: Porque o Fair Trade USA escolhe o caminho mais fácil e rápido, mesmo que signifique perda de identidade?
Parece que a lógica da maximização de resultados economicos fala mais alto até mesmo no Comércio Justo...Que ironia...
abraços e bom debate.
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Sergio Parreiras Pereira comentou em: 15/12/2011 12:57
Encontro presencial em fevereiro
Prezado Miguel Zamora,
Saudações Cafeeiras...
Primariamente gostaria de dar-lhe as boas vindas a nossa Comunidade do Café.
Fico muito satisfeito que você tenha entrado no nosso debate...
Sobre sua vinda ao Brasil no mês de fevereiro de 2012 será realmente muito interessante. Comprometo-me em organizar e articular uma reunião com você e quem mais se interessar sobre o tema. Convidaremos a recém formada BR FAIR – Associações dos Produtores Fair Trade do Brasil; associações de cafeicultores, representantes de classe, CONTAG, representantes da Sociedade Civil Organizada e do movimento sindical, pesquisadores e professores universitários, enfim....Todos que tiverem interesse.
Poderemos discutir os resultados que vocês estão obtendo com o “Piloto” que está em andamento no Brasil, embora no meu ponto de vista, estatisticamente e no sentido de inferência não tenha muita validade. Gostaríamos também de propor melhorias na metodologia deste piloto.
Queremos também discutir os possíveis impactos da abertura do FAIR TRADE para grandes cafeicultores sobre as associações familiares, e debater se existem metodologias e critérios científicos que possam nos dar respostas que se aproximem do que irá acontecer....
Enfim, comprometo-me em articular esta reunião e tenho certeza que terei o apoio de muitos outros companheiros daqui da Comunidade e dos Cafés do Brasil.
Reitero a satisfação em tê-lo conosco no debate...
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Aos demais amigos da Comunidade,
Fica aqui o convite para participarmos deste debate técnico em Fevereiro. E convido-os para continuarmos aqui o debate aqui na Comunidade que com certeza está contribuindo muito para o setor e pautando nossa futura reunião presencial.
Atenciosamente,
Sérgio Parreiras Pereira
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Aibi Jorge Torres - Tecnólogo em Cafeicultura - Pós-Graduando em Cafeicultura Sustentável comentou em: 15/12/2011 13:39
Reunião com Miguel
Sergião, na minha humilde insignificância, me coloco à disposição para ajudar no que precisar daqui dessas bandas.
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Jackeline Uliana Donna comentou em: 15/12/2011 15:54
Apenas mais um ponto de vista...
Prezados Amigos do Café!
Excelente toda essa discussão!
Penso que isso precisa ser discutido mesmo, pois como a maioria dos comentários também penso que o FAIR TRADE perderá sua maior essência: beneficiar os agricultores familiares, aproximando-os dos mercados internacionais, já que, sozinhos, eles teriam muita dificuldade em conseguir esse acesso! Se começarem a estender o selo para grandes produtores, mesmo que seja para beneficiar os trabalhadores dessas fazendas, os pequenos produtores ficarão em desvantagem...
O grande produtor possui volume de café para ser comercializado SOZINHO! Já as cooperativas / associações comercializam o café de VÁRIOS PEQUENOS PRODUTORES em conjunto, beneficiando todos esses agricultores familiares!
Esse é apenas mais um ponto que gostaria de colocar em discussão!
Acho a idéia da reunião de fevereiro excelente! Contem com a minha presença!!!
Jackeline Uliana Donna
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Ulisses Ferreira comentou em: 16/12/2011 10:59
Mais um ponto de vista
Olá Colegas, bom dia
Contribuindo neste debate levanto as seguintes questões.
Bom quando vocês falam em grandes produtores, e trabalhadores, eu levanto um fato que acontece em POços de Caldas, estamos trabalhando muito com a agricultura familiar, mas muito me preocupa a condição dos trabalhadores nas "grandes" fazenda cafeeiras. Por exemplo nosso maior indice de pessoas dependentes do programa bolsa emprego está na entre os trabalhadores rurais, incrível não? Outra questão a alta dependencia de mao-de-obra em regiões montanhosas, ainda a dificuldade de reter essa mão-de-obra no campo. Como trabalhador que sou, se o Fair Trade apoiar esses trabalhadores eu apoio essa inciativa.
Outro ponto, alguns amigos tem falado em nos seus cometários sobre a abertura do Fair Trade USA para entrada de grandes propriedades no sistema do comércio justo café. Para explicar esse ponto levo ao conhecimento de todos que o Fair Trade já permite que grandes produtores se certifiquem, porém desde que estejam em uma organização predominantemente de agricultura familiar, vale lembrar que para o sistema FLO um produtor que tenha um funcionário efetivo durante todo o ano já é considerado grande produtor.
Posto isso lembro que o que deve ser discutido não é a possibilidade de certificar grandes produtores, essa possibilidade já existe. Discutimos então a possibilidade de certificar um produtor individualmente, sem estar organizado em associação.
Outro ponto é a questão do mercado, e pelo amor de Deus, estou espantado com a visão de alguns de que comércio justo é uma espécie de evolução do comunismo ou sei lá o que. Pessoal o Fair Trade é um negócio, é um mercado que busca manter seus fornecedores produzindo para abastecer mercados consumidores, é marketing, tanto que o presidente Rob Cameron é especialista em Marketing Social, era um empresário de sucesso em Londres, o viés social e ambiental é um negócio lucrativo nos paises desenvolvidos.
É lucrativo para grandes coorporações, pequenas redes de cafeteria, pequenos torrefadores, para nossos exportadores e também para nossos agricultores familiares. tanto que eles estão se organizando, se profissionalizando, até mesmo os produtores sabem que é comercio justo, mas é comércio, então muito cuidado com esta questão.
Como sugestão a este sistema prponho um limite máximo para que cada empresa compradora de cafés fair trade poderá comprar, ou seja, de um bolo de 1 milhão de sacas, pelo menos 40%, 50% não sei, seja oriundo dos grupos de pequenos produtores. isso garante a sobrevivencia dos pequenos produtores, e muito mais abre mercado. Imagine um grande comprador de café anunciando que irá aumentar de 2% para 10% o uso de café Fair Trade em seu mix, isso poderia significar um ganho enorme para mais produtores.
É preciso entender que hoje esse grande comprador não pode fazer esse tipo de anúncio, porque fatalmente não alcançará o objetivo.
Fair Trade para Todos, não sei, é preciso discutir mais, mas essa discução deve ser de mente aberta às possibilidades, até porque o comunismo já se foi a muito temo e SIM vivemos em um mundo onde o mercado dita suas regras. Até porque sustentabilidade tem o viés social e ambiental, mas o economico também.
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João Marcos Altieri Ramos comentou em: 16/12/2011 12:34
Profetizando:
Senhores Néo-Comunistas, (é isso que somos?)
Profetizando:
Existe possibilidade de alguém da Comunidade vir a ser o representante da FairTrade USA no Brasil em breve?
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Ulisses Ferreira comentou em: 16/12/2011 13:19
Correção
Não é Bolsa emprego e sim Bolsa Família
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