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T Ó P I C O : Certificação Fair Trade - Questão de Justiça e de um bom café

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Criado em: 28/06/2006

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Comentários do Tópico

Certificação Fair Trade - Questão de Justiça e de um bom café


Autor: Antonio Sergio Souza

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48 comentários

Último comentário neste tópico em: 06/02/2012 17:04:31


Mauricio Quilisi Malvoni comentou em: 16/12/2011 15:23

 

Programa de Certificação Fair for Life - Isto é "Fair"

 

Caros colegas,

Aproveitando a oportunidade da discussão, gostaria de apresentar uma alternativa à preservação da identidade Fairtrade.

Fair for Life, este Programa somente se aplica a grupos de produtores agrícolas organizados independentemente. Eles podem ser organizados independentemente como um grupo (p.ex., cooperativa), ou por um processador negociante (“produção contratada”).

O Programa de Certificação da Responsabilidade Social e Comércio Justo da certificadora IMO está baseado em um método prático e inovador. Foram incorporados os indicadores sociais de diversos modelos existentes e também foram eliminadas as travas de cunho político para as relações do mercado justo, conhecidas de outros programas similares. O programa IMO garante assim a alta qualidade social dos produtos certificados e a aplicabilidade do mesmo para um grande espectro de operadores e produtos.

O Programa foi desenvolvido pela Fundação Bio da Suíça e pode ser aplicado em unidades produtivas no mundo inteiro. São verificados critérios sociais como os contidos nas convenções da OIT, os critérios sociais listados pela IFOAM, critérios de comércio justo e critérios sociais respeitando as legislações nacionais. A certificadora IMO oferece também auditorias por pessoal qualificado para a verificação de códigos privados e corporativos.

Quebrando barreiras: O sistema IMO é aplicável para uma gama muito grande de produtos - praticamente todos os produtos de origem vegetal e animal, seus derivados e sua manufatura podem ser certificados.

• Para toda cadeia: O sistema IMO é aplicável para toda a cadeia produtiva e comercial, inclusive para empresas com produção sub-contratada, processadores e comerciantes.

• Princípios claros: O sistema IMO inclui os critérios sociais de maior consenso no âmbito nacional e internacional. Os critérios do Comércio Justo são aplicáveis em todos os países e para todos os produtos.

• Uma Auditoria – várias verificações: Inspeções de critérios sociais e de boas práticas comerciais podem ser combinadas com auditorias IMO para a verificação de outros regulamentos como, por exemplo, para produtos orgânicos, UTZ CERTIFIED, CERTIFICA MINAS CAFÉ, 4C, C.A.F.E. Practices da Starbucks, GLOBALGAP, FSC, etc., reduzindo custos e tempo.

• Suporte para o marketing: Unidades certificadas podem usar o selo “for Life” (Responsabilidade Social) ou “Fair for Life” (Responsabilidade Social e Comércio Justo) sem custo. Os dados de contato e da performance social são publicados no website www.fairforlife.net

• Presença e disponibilidade global: A certificadora IMO realiza auditorias em mais de 90 países. O Programa de Certificação de Responsabilidade Social e Comércio Justo da IMO está sendo aplicado em 5 continentes, criando uma nova dinâmica e realidade do Comércio Justo mundial.

• Transparência: A qualidade social é medida e qualificada com o sistema IMO. Operadores certificados demonstram publicamente os seus avanços e resultados.

• Melhoria contínua: O sistema IMO é um incentivo à melhoria contínua da qualidade social, além dos critérios mínimos estabelecidos no regulamento.

• Equivalente com outros sistemas: Na produção de um produto certificado “Comércio Justo – Fair for Life”, o sistema IMO aceita ingredientes com certificações de sistemas equivalentes.

Caso haja alguma dúvida ou necessite de informações mais específicas, por favor, fique à vontade para entrar em contato.

Saudações

Mauricio Malvoni

Certificação de Produtos - IMO do Brasil

___________________________

Instituto de Mercado Ecológico

Rua Isabel de Castela, 136

05445-010 São Paulo – SP

Tel. ++55 35 3292 2326 (Alfenas-MG)

Cel. ++ 55 35 9194 5330

Fax ++55 11 3816 3148

Skype: mauricio.imo

E-mail: mauricio@imocontrol.com.br

www.imocontrol.com.br

www.fairforlife.net

 

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Miguel comentou em: 16/12/2011 16:20

 

Obrigado pelos comentarios

 

Muito obrigado pelos comentarios

Para nós é muito importante aprender como podemos ajudar os trabalhadores agrícolas em propriedades maiores, mas crescer o mercado pra os produtores familiares. Acreditamos que temos de encontrar esse equilíbrio e espero continuar a discussão com vocês sobre esta questão.

Ulisses, muito obrigado por suas idéias. Eu acho interessante as ideias e eu gostaria de discutir estas e outras idéias com as associações de produtores Fair Trade no Brasil en fevereiro.

Obrigado Sergio pela sugestões futuras sobre como melhorar nossos pilotos. Esperamos aprender mais sobre estas idéias para fazer um trabalho melhor que pode realmente ajudar mais pessoas.

Graças a Jacqueline por seus comentários também, espero reunir com as associações Fair Trade em fevereiro e falam mais sobre como podermos melhorar nosso trabalho.
 

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Brígida Salgado comentou em: 17/12/2011 16:32

 

AGRICULTORES FAMILIARES E FAIR TRADE

 

Estou acompanhando a discussão sobre Fair Trade desde seu início, e resolvi finalmente me manifestar. Estou atualmente como Diretora de uma cooperativa de Agricultores Familiares, reconhecidos como tal pelo MDA. Somos certificados pelo MAPA, como produtores orgânicos, e mesmo assim temos muita dificuldade em acessar os mercados externos devido ao pequeno volume de cafés produzidos, por 30 agricultores familiares, com áreas de até 10ha, grande parte  também beneficiários do Bolsa Família ; Tivemos contato com o Sr. Miguel Zamora, que já esteve aqui em nossa região a alguns anos atras, mas não avançamos na Certificação Fair Trade. Com toda essa discussão fiquei me perguntando: Porque não consguimos essa certificação? Será que como nós, existem outros grupos de agricultores familiares que não são certificados? Onde eles estão? Qual a dificuldade de se fazer essa Certificação para os Agricultores Familiares? Segundo as estatísticas um percentual significativo dos cafés produzidos no Brasil, vem da Agricultura Familiar. então o que é que acontece?  estou de fato indagando, como uma forma de buscarmos juntos as respostas. Agradeço a Miriam pela clareza com que expõe sua opinião com a qual compartilho, pois o consumidor final é quem vai pagar pelos nossos cafés! E me disponho  também para participar desse debate em Fevereiro.  

B´rigida Salgado

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Ulisses Ferreira comentou em: 17/12/2011 17:48

 

Contato Flo-Cert

 

Olá Brigidi, boa tarde

 

A Fair Trade USA até hoje não certifica produtores, ela apenas incentiva o consumo no mercado americano, para obter a certificação os contatos são, David Castro, a FLO-CERT na alemanha,  d.castro@flo-cert.net catalina que responde pela FLo na america latina, c.jaramillo@fairtrade.net e o marcel que é o oficial de campo aqui no Brasil marcel@fairtrade.net

Bom esspero tera ajudado, quanto ao fato de certificação de novos grupos, em 2009 certificamos a assodantas de Poços de Caldas 40 associados, em 2010 a acafeg de andradas 20 associados e agora estamos certificando a assofé de Botelhos 60 associados, não tivemos nenhum problema e o processo é relativamente rápido

 

att

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João Marcos Altieri Ramos comentou em: 17/12/2011 18:58

 

questões e ponderações

 

Prezado Ulisses,

Meus cumprimentos. Tenho algumas questões e ponderações. Li que você é consultor em certificação e tem apoiado associações de pequenos produtores. Você disse que não existe dificuldade em certificar essas associações e que é rápido.

Você não acha que ao invés de liberar para os “grandes” a Fair Trade USA deveria contratar técnicos como você para apoiar comunidades familiares?

Se 1/3 do volume de café brasileiro é proveniente da cafeicultura familiar, nós não ( o Brasil)  teríamos condições de atender a demanda?

Se a Fair Trade Usa não certifica, só amplia demanda porque todo esse rolo?

Gostaríamos de saber mais como devemos proceder. Devemos fazer contato com esses emails que você passou? 

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Ulisses Ferreira comentou em: 18/12/2011 22:15

 

Respotas

 

Prezado João Marcos, 

Sim, sou consultor em certificações, Fair Trade e outras certificações, emboara as certificações agrícolas estejam crescendo significativamente, nem todos produtores estão interessados em se certificar, isso vale para agricultores familiares, médios ou grandes produtores, há uma dificuldade em encontrar produtores que queiram mudar seus hábitos.

No caso do Fair Trade há um outro complicador, além de adotar boas praticas de produção o cafeicultor deve participar ativamente de uma associação, o que aqui no Brasil é um complicador, não temos muitos este espirito cooperativista, o que o SEBRAE-MG vem trabalhando nesse sentido com o programa cultura da cooperação.

Além disso, independente de certificação, nossos produtores devem investir em qualidade, ou seja, apesar do consumidor estar disposto a pagar mais para proporcionar beneficios sociais nas comunidades de agricultores familiares no terceiro mundo, eles não abrem mão da qualidade. E muitos produtores acham que certificando eles vão ganhar mais, isso não é verdade, ele terá um ágio se a qualidade for superior.

Bom voltando ao assunto do tópico, a Fair Trade USA não deveria contratar consultores, ela apenas apoia os produtores aqui no Brasil, no meu ponto de vista as empresas que querem aumentar a quantidade de café certificado disponivel no mercado que deveriam contratar consultores para trabalhar nos paises produtores.

E sim a Fair Trade USA, não certifica ninguem, quem certifica é a FLO-CERT. Mas agora a Fair Trade USA se separou da FLO e passará a certificar grandes produtores, por enquanto estão fazendo um projeto. E continuam aceitando no mercado americado no certificado da FLO-CERT.

Bom, com relação a certificar grandes produtores, não sou eu quem tem poder tomar essa decisão, então, como consultor estou tentando entender o processo, e ver como ajudar os grupos que apoio a continuar crescendo mesmo com esta mudança.

Por fim, não entendi, o senhor tem interesse em certificar? e está precisando de mais informações?

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Antonio Sergio Souza comentou em: 19/12/2011 10:36

 

Café amargo? Fair Trade USA quer prejudicar pequenos produtores, diz mercardo

 

 
 
por Rosenildo Gomes Ferreira | Dinheiro Rural

Faz tempo que degustar um cafezinho em uma das grandes redes de cafeteria do mundo, como a americana Starbucks, deixou de ser apenas um ato de prazer. Graças ao movimento pelo comércio justo, o consumo de vários produtos foi elevado ao grau de militância social. Afinal, eles são processados com ingredientes fornecidos por pequenos agricultores. No caso do café, a Fair Trade USA, a maior entidade do gênero, pretende conceder o selo comércio justo também para grandes produtores. A medida pode fazer com que os pequenos agricultores, que ganham um adicional de 10%, em média, sejam alijados desse mercado. Saiba o que está em jogo: (ver imagem)

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Luiz Roberto Saldanha Rodrigues comentou em: 19/12/2011 21:15

 

Algumas Considerações

 

Prezados Amigos,

Somente a título de reflexão dentro do importantíssimo debate gostaria de colocar algumas considerações:

- por que analisar pequenos cafeicultores contra grandes e médios cafeicultores e pior, pequenos cafeicultores contra trabalhadores rurais? Será que estão tirando mercado uns dos outros? Será que são inimigos ou seriam parceiros?

- será que o fato de o mercado consumidor de cafés certificados estar demandando mais produto do que a oferta a ponto da proposta de fazer a extensão da certificação FairTrade a produtores individuais é uma ameça ou uma oportunidade?

- será que é mais apropriado discutirmos a restrição da certificação FairTrade por médios e grandes produtores (cafeicultores e brasileiros) para não "elevar demais" a produção de cafés com essa certificação, ou deveríamos começar a questionar o fato de que grandes corporações multinacionais têm a permissão de uso do selo FairTrade com apenas 30% de cafés realmente certificados em seus blends e aumentarmos ainda mais a demanda?

 Somente iremos mudar a imagem que o mundo tem sobre o nosso café e sobre os nossos cafeicultores com a Certificação de nossas ORIGENS, Certificação de nossos PROCESSOS, e Certificação da Qualidade de nosso PRODUTO mas, principalmente, pela organização de nossos cafeicultores. Enquanto não o fizermos, continuarão NÃO fazendo por nós. Cafeicultores brasileiros, somos todos parceiros e muito fortes se estivermos juntos, mas enquanto formos separados por questões geográficas, históricas e ideológicas continuaremos fracos.

Na minha pouca experiência com café já deu pra notar de que se não ocupamos um lugar no mercado, alguém o irá ocupar, ou achamos que o mundo gira sem café? O fato é que o mercado nos está sinalizando claramente que a demanda por café FairTrade cresce muito mais rapidamente do que a oferta, prefiro que ela seja suprida por cafés brasileiros, de qualidade e certificados, e vocês???

Abraço e fiquem com Deus

Luiz Roberto S. Rodrigues

Presidente ACENPP

Diretor COCENPP

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Sérgio Borges Fonseca Júnior comentou em: 20/12/2011 00:50

 

Minha contribuição para o debate

 

Pessoal gostaria de contribuir incentivando vocês a lerem um pouco mais sobre a proposta do Fair Trade USA - nos links enviados pelo Miguel Zamora e não se basearem somente na notícia do jornal The York Times. Mesmo com varias críticas coerentes expostas aqui no tópico, creio que há nessa nova proposta pontos positivos, o principal é o caráter  prático para criar mais mercado mais mercado para o fair trade, mas de fato há diversas outras variáveis a serem consideradas. Por isso não digo que é uma "traição" ou uma "solução", só gostaria de contribuir estímulando vocês a se informarem mais sobre a proposta, acabei lendo mais a respeito e isso me fez refletir um pouco mais; refletir sobre essa possibilidade de criar mais mercado, enxergar um pouco da possibilidade de compatibilização de interesses e não pensar apenas de grandes produtores vs pequenos produtores, há meios que se possa promover maiores possibilidades para estes sem que isso signifique uma piora daqueles, ou que os grandes produtores necessariamente ao poderem entrar mais ativamente no mercado piorem a situação dos pequenos, a meu ver pode haver sim uma compatibilização de interesses, depende de como se implementará tais propostas.

Tem um vídeo muito bom, do próprio Miguel Zamora em uma apresentação, que fornece mais elementos para esse debate. Para aqueles que tiverem interesse segue no link abaixo.

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=GRZQVPO2MH8

Abraços.

 

 

 

 

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Sergio Parreiras Pereira comentou em: 20/12/2011 06:29

 

#Vídeo com Miguel Zamora da Fair Trade USA

 

#Vídeo sugerido por Sérgio Borges Fonseca Júnior 

Apresentação de Miguel Zamora da Fair Trade USA durante o painel de discussão sobre "O Futuro do Comércio Justo" no Let's Talk Coffee® em outubro de 2011. Em espanhol. 

 

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