T Ó P I C O : Origem botânica e geográfica dos cafeeiros - por Alemar Braga Rena
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Origem botânica e geográfica dos cafeeiros - por Alemar Braga Rena
Autor: Sergio Parreiras Pereira
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Último comentário neste tópico em: 29/07/2014 07:10:48
Sergio Parreiras Pereira comentou em: 28/07/2014 14:42
Origem botânica e geográfica dos cafeeiros - por Alemar Braga Rena
Origem botânica e geográfica dos cafeeiros
por Alemar Braga Rena
Cafeeiro Conilon a 800 m de altitude
Estou a falar do mundo dos cafeeiros mais cultivados e lembrei-me que não fiz a apresentação dos nossos personagens. Mas nunca é tarde! De onde eles vêm e como se enquadram no universo dos seres vivos. Não pretendo exaurir este tema tão complexo e amplo. Apenas dar uma noção das suas raízes para os não iniciados. Primeiramente abordarei o aspecto taxonômico botânico clássico, mais complicado, e depois farei um resumo técnico-popular da classificação botânica dos cafeeiros.
Os cafeeiros são do domínio Eukariota Bikonta e pertencentes ao reino Plantae, dentro do supergrupo Archaeplastida. Eles se inserem na divisão Magnoliophyta (vegetais superiores fanerógamos, ou seja, plantas floríferas), da classe Magnoliopsida(angiospermas dicotiledôneas) e da subclasse Asteridae. Pertencem à família Rubiaceae(do “rubi”, vermelho dos frutos), na ordem Rubiales, e à tribo Coffeae, subtribo Coffeinaee ao gênero Coffea.
Por sua vez o gênero Coffea possui mais de 100 espécies, dentro do subgênero Coffea, mas os cafés que se consome no mundo pertencem a apenas duas espécies, a Coffea arabica L. e a C. canephora Pierre, ambas dentro da seção Eucoffea e subseçãoErithrocoffea.
Cafeeiro Arábica a 800 m de altitude
Complicado, não? Mas traduzindo de forma resumida, os cafeeiros são plantas fanerógamas (floríferas) arbustivas, portanto lenhosas, do grupo das angiospermas (com embriões protegidos dentro de um ovário, futuro fruto) dicotiledôneas (sementes com dois cotilédones), pertencentes à família Rubiaceae e ao gênero Coffea. Mas apenas duas espécies são economicamente importantes dentro deste gênero. Uma alotetraplóide (2n = 44 cromossomos), o cafeeiro Arábica (C. arabica), e a outra dipóide (2n = 22 cromossomos), o cafeeiro Canéfora (C. canephora), também conhecido como Robusta, Conilon etc. Ambas representam 99,9% dos cafés consumidos no planeta Terra. No Brasil, cerca de 70% do cafeeiro cultivado é, ainda, da espécie Arábica. E cerca de dois terços do café negociado em bolsas é de Arábica, e o outro terço, de robustoides, ainda.
Todas as espécies do gênero Coffea são originárias da África. O café Arábica é nativo de regiões localizadas no sudoeste da Etiópia, sudeste do Sudão e norte do Quênia, entre 1000 e 2000 m de altitude. O café Canéfora tem origem numa faixa geográfica muito ampla nas regiões ocidentais e centrais do continente africano, de baixa altitude e com precipitações pluviais acima de 1500 mm anuais. Ambas crescem naturalmente nos sub-bosques dessas regiões e daí se espalharam pelo resto do mundo provavelmente a partir do ano de 575 d.C., quando Persas levaram sementes do cafeeiro Arábica da Etiópia (antiga Abissínia) para o Yemen.
Este será o motivo de próximo texto, com histórias, lendas e mitos sobre o café, bebida sempre ligada a religiões, desde os tempos de Abraão. Acredite se quiser. Aguardem!
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