T Ó P I C O : Águia ou galinha
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Comentários do Tópico
Águia ou galinha
Autor: Jose Eduardo Reis Leão Teixeira
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9 comentários
Último comentário neste tópico em: 29/05/2009 01:26:13
Jose Eduardo Reis Leão Teixeira comentou em: 25/05/2009 17:11
Águia ou galinha
Águia ou galinha?
“Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei / rainha de todos os pássaros.
Depois de cinco anos, este homem recebeu a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
– Este pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.
– De fato, – disse o camponês. É águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.
– Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.
– Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse:
– Já que de fato você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!
A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.
O camponês comentou:
– Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
– Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurou-lhe:
– Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas.
O camponês sorriu e voltou à carga:
– Eu lhe havia dito, ela virou galinha!
– Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas.
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
– Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra as suas asas e voe!
A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergueu-se soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez para mais alto. Voou... voou... até confundir-se com o azul do firmamento...”
Esta parábola evoca dimensões profundas do espírito, indispensáveis para o processo de realização humana: o sentimento de auto-estima, a capacidade de dar a volta por cima das dificuldades quase insuperáveis.
Cada pessoa tem dentro de si uma águia. Ela quer nascer. Sente o chamado das alturas. Busca o sol.
Uma águia tem dentro de si o chamado do infinito. Seu coração sente os picos mais altos das montanhas. Por mais que seja submetida a condições de escravidão, ela nunca deixará de ouvir sua própria natureza de águia que a convoca para as alturas sublimes.
As pessoas que alçam vôo sublime são as que se recusam a deitar-se, a suspirar e desejar que as coisas mudem! Tais pessoas não reclamam sua sorte e tampouco sonham, passivamente, com algum navio longínquo que vai chegando para levá-la pra bem longe. Em vez disso, visualizam em suas mentes que não são desistentes; não permitirão que as circunstâncias da vida as empurrem lá para baixo, e as mantenham subjugadas como galinhas.
Vamos, voe... Voe e vença, ocupe o lugar a que é seu no alto do penhasco.
"A águia gosta de pairar nas alturas, acima do mundo, não para ver as pessoas de cima, mas para estimulá-las a olhar para cima" (Elisabeth Kübler – Ross)
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Conceicao Moura comentou em: 25/05/2009 21:47
Águia ou Galinha?
A metafora apresenta duas situações extremamente radicais.
Galinha = submissão total, Águia = liberdade total.
A vida real não se nos apresenta assim, nem sempre há um naturalista que nos ajude a enxergar a realidade oculta.
Vivemos um período em que assistimos a mandos e desmandos dos que se supõem mais fortes, detentores do poder que podem fazer de tudo pois acorbertados pela impunidade. Não são galinhas, muito menos águias, pode-se-lhes dar o nome que bem entender, pessoas integrais não são. É certo que causam muita opressão, e têm o maior interesse em prolongar a pobreza e a submissão dos mais incautos.
Se optarmos pela águia deve ser com cautela, para não desenvolver a soberba, pois a águia (apesar de muito bela e elegante) voa alto demais, caça friamente, plana acima de todos.
Talvez a opção ideal seja pelo naturalista que conseguiu ver naquele animal em estado de submissão a potencialidade da autonomia, conseguindo desenvolvê-la , obtendo sucesso em seu intento
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Jose Eduardo Reis Leão Teixeira comentou em: 26/05/2009 08:03
O naturalista, aqui retratado, pode ser interpretado como o elemento de formação do grupo, aquele que incentiva, que alimenta os sonhos, que age com determinação, conhecimentos e encorajamento, provocando na águia o seu inerente instinto e inserindo-a no ambiente a que foi destinada.
Neste caso o naturalista seria o lider; a águia seria o objetivo do grupo e a galinha representaria a unidade grupal.
A galinha por sua vez, não que seja relegada a um plano menor, mas em suas limitações do vôo simbolizado aqui pelos sonhos mais altos; sonhos estes que podem ser retratados não pela inveja das que estão no solo, mas como forma de chamar a atenção para os desafios com seus riscos e sucessos.
Continua...
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Jose Eduardo Reis Leão Teixeira comentou em: 26/05/2009 16:53
Os mandos e desmandos daqueles que exercem o poder e acobertados pela impunidade possui campo fértil quando na ausência de dignidade da nação, retratada por seus habitantes.
Neste contexto, a cultura e educação são armas imperativas contra tais procedimentos.
Para viver, um país tem necessidade que os indivíduos escolham uma doutrina e a conservem, se fixe uma regra, um lema. Eu escolhi, impus-me uma disciplina: servir. (Weigand)
Nesta metáfora, a interpretação pode nos levar a algumas variantes.
Podemos supor, também, que seja a águia um líder em formação, se consideramos seu "espírito de altivez e arrojo", necessitando serem trabalhados. Neste caso o naturalista seria o educador ou consultor.
O homem, inerentemente à sua criação, possui características positivas, assim como a águia, sendo necessário despertá-las e desenvolvê-las. Este, normalmente, é reativo a desafios, mudanças e riscos, necessitando sempre ser encorajado.
A seguir um texto sobre a águia poderá retratar melhor e conforme os estudiosos do assunto é uma lenda, mas em sentido figurado seria uma lição de vida.
A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie ela chega a viver 70 anos. Mas, para conseguir chegar a essa idade, aos 40 anos ela tem que tomar uma séria e difícil decisão.
Quando atinge os 40 anos, ela está com as unhas compridas e flexíveis, não conseguindo mais agarrar as suas presas das quais costuma se alimentar. O bico, alongado e pontiagudo, se curva.
Suas asas envelhecidas e pesadas estão apontando contra o peito, em função da grossura das penas, e voar já é muito difícil!
Então, a águia só tem duas alternativas: Morrer, ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar cerca de 150 dias.
Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha, e se recolher em um ninho próximo a um paredão, onde não haja a necessite de voar.
Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo. Após arrancá-lo, espera nascer um forte e renovado bico, com o qual irá depois arrancar todas as suas unhas.
Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar então as velhas penas.
E só após esses longos e dolorosos cinco meses é que ela sai para o famoso vôo de renovação, e, para viver mais 30 anos.
Se a maioria das pessoas assumissem o compromisso referente à finalidade do viver seriam verdadeiras águias e os mandos e desmandos acobertados pela impunidade não existiriam.
Este compromisso, foi o que o naturalista transmitiu à águia fazendo-a alçar seu vôo.
Continua...(2)
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Conceicao Moura comentou em: 27/05/2009 00:32
Águia ou Galinha?
Seu comentário levou-me a refletir, sobre o aspecto do sofrimento resultar em crescimento. Ocorre o mesmo conosco. Quando conseguimos superar um grande sofrimento crescemos. E quando conseguimos administrar este processo de superação, divorciado das culpas, ampliamos nossa capacidade de compreensão e respeito ao próximo.
Tudo depende das escolhas que fazemos.
Como assimilamos dos escritos de Victor Frankel, o sentido da vida consiste em dignificá-la, desenvolver a capacidade de sofrimento com aceitação da dor. Dar aplicação às virtudes, as atitudes nomeadas como adequadas para suportar a carga da vida. O ser humano sempre tenta fugir da dor. O sentido tem haver com a apreciação básica da realidade, pois como ser humano posso tratar de encontrar o sentido de minha vida.
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Jose Eduardo Reis Leão Teixeira comentou em: 27/05/2009 10:55
O sentido da vida é mais observado em pessoas com maior nível de evolução sócio/cultural, tornando os países a que pertencem mais desenvolvidos.
Por isto, povos e nações que tiveram que lutar pela liberdade são potencializadamente mais evoluídos que o nosso.
O Brasil, visto por muitos como um paraíso não passa no detector de mentiras, pois se fizermos algumas rápidas comparações teríamos vergonha sob os aspectos sócio/culturais.
De que adianta sermos uma nação amigável, receptiva e com belas paisagens, se nosso povo é carente de educação, saúde, segurança, desmandos, impunidades e por aí vai...
Até mesmo as águias, que aqui habitam estão em extinção, mas em compensação, de galinhas devemos ser o maior produtor. Nosso galinheiro é enorme!
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Conceicao Moura comentou em: 28/05/2009 00:00
É fato, na educação nosso país está atrasado várias gerações. A maioria dos brasileiros é inculta.
Quando saímos de nossa zona de conforto, esta realidade, que nos rodeia é dolorida, principalmente porque sabemos que existem milhares de crianças sem acesso à escola, e mesmo as matriculadas nem sempre poderão finalizar seus estudos. Não é uma opção, é uma conseqüência da má qualidade de vida, que de forma geral é mensurada apenas pela quantidade de alimento ingerido pela família, ignorando-se a necessidade básica da instrução.
Temos, então um imenso contingente de pessoas despreparadas, desesperançadas, que buscam soluções imediatas visando apenas a manutenção de um ínfimo ganho, sem conseguir visualizar e preparar o futuro. Não deixam heranças para os filhos – heranças estas traduzidas em valores, princípios e cultura. Sua vivência diária passa a ser um “band-aid” mascarando os sintomas de problemas muito mais graves e sérios.
As pessoas que se acomodam em tal situação, são perdedoras, não por um questão de sorte ou azar (alguns acreditam mais no azar do que na sorte), não porque seja uma predestinação, ou porque Deus não quer, não porque a vida seja difícil, - mas apenas porque se acomodaram nesta atitude de perdedores – ou excluídos da possibilidade de uma vida mais amena. Na verdade não lutam efetivamente, porque não conseguem visualizar que mesmo pessoas bem sucedidas um dia se esforçaram para vencer obstáculos, algumas sofreram perdas dolorosas, mas sempre foram adiante.
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Jose Eduardo Reis Leão Teixeira comentou em: 28/05/2009 12:24
Muitas vezes, somos convidados a ter atitudes que nem sempre gostamos, mas acabamos tomando por livre e pura pressão...
O que sabemos, ao certo, é que devemos agir, preferencialmente, através da nossa própria vontade, e nem sempre acatar apenas as sugestões de terceiros.
Somos seres de livre arbítrio e com raciocínio, o que nos diferencia dos animais irracionais.
Algumas estórias mostram que a opinião própria e a ação valem mais que qualquer conselho de terceiros.
Joana D'Arc estava se preparando para atacar o inimigo. Um de seus generais disse:
-"Como vai atacar?"
Ela respondeu:
-"Vou levar os homens por cima do muro!"
O general, inconformado, disse:
-"Nenhum homem a seguirá!"
Ao que ela prontamente disse:
-"Estarei agindo e não virando para trás para olhar!"
Ela havia assumido o compromisso de agir e agir com coragem. O resultado desta batalha foi uma vitória histórica. Coragem não é falta de medo, é agir apesar do medo.
Certa vez o Rei Eduardo VII da Inglaterra, perguntou ao General Willian Booth:
-"Como poderia ele se entregar com tanta devoção a uma tarefa tão severa de montar seu próprio exército, uma ação freqüentemente ingrata?"
A resposta do General Booth foi:
-"Majestade, o importante é agir. A paixão de alguns homens é o ouro; a paixão de outros homens é a fama; a minha paixão é a alma do ser humano!"
Dando continuidade às suas ações o General Booth fundou seu exército, que hoje está espalhado pelo mundo, conhecido como Exército da Salvação.
Ben Hur, príncipe de Judá, há mais de 2 mil anos, na cidade de Antioquia, quando esta ainda estava sob o domínio de Roma, foi condenado, injustamente, sob uma falsa acusação e condenado a trabalhar remando nas galeras.
Após muitos anos remando, terminou por ficar com seus braços extremamente fortes, o que lhe ajudou numa batalha, quando sua galera foi afundada, e também a salvar-se e ao seu general.
Graças a essa atitude, terminou por usar sua força para ser campeão de corrida de bigas em Roma e, em pouco tempo, retomava sua vida de liberdade junto à sua família.
Duas rãs bem curiosas resolveram visitar uma fazenda e caíram numa tina enorme de leite. Uma delas ficou desesperada por não conseguir sair, após várias tentativas, e no seu desespero morreu afogada no leite. A outra, um pouco mais calma, continuou a agir, batendo suas pernas e não queria entregar-se àquela situação - mas não sabia como sair e já tinha assistido a morte de sua amiga - mas, mesmo assim, continuou a agir, batendo suas pernas. Em um certo momento, ela percebeu que o leite estava se tornando pastoso, continuou a bater as pernas só que com mais força - o leite transformou-se em manteiga e ela com um leve salto, pulou para fora da tina e salvou-se.
O Rei Mongol Tamerlão, século 14, após ter seus exércitos derrotados, escondeu-se numa caverna.
Ficou observando uma formiga que tentava ultrapassar um obstáculo com um milho nas costas. Depois de muitas ações consecutivas ela conseguiu.
Num estalo, ele pulou e viu que no fim também triunfaria.
Percebeu que aquele que nunca desiste de agir termina por triunfar.
Reagrupou seu exército e seu império se estendeu do Mar Negro até a cabeceira do Rio Ganges.
Quem não age, acaba reagindo. E, nem sempre, será a melhor opção.
Sobre pressão o ser humano toma atitudes impensadas que, normalmente, se arrepende mais tarde por isso seja uma pessoa ativa e não reativa.
Você não precisa da opinião de terceiros para emitir suas idéias e agir.
Agir sempre, mesmo sem saber porque. Você pode não saber porque está agindo, mas o universo sabe porque lhe faz agir.
Às vezes, as ações que fazemos, parecem nos colocar num esforço sobrehumano, porém fortalecem nossos braços, e com certeza o momento exato de usar esta força ainda está por vir.
Agir, independentemente do esforço: este é o caminho da conquista.
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Conceicao Moura comentou em: 29/05/2009 01:18
Os exemplos citados ressaltam que a maior qualidade destas personagens históricas é a firmeza de caráter, que podemos traduzir como a virtude da fortaleza.
A fortaleza é uma virtude que caracteriza as pessoas que fazem coisas importantes, vêem o bem e vão atrás dele, resistindo ao mal, às influências nocivas, ao cansaço, ao desanimo. Ao buscar o bem, praticam ações que os levam a ele, selecionando metas realizáveis. Rejeitam os vícios.
Assim definimos a fortaleza como sinônimo de valentia, que consiste na disposição para, em conformidade com a razão, enfrentar perigos, suportar males e não retroceder, nem mesmo ante a morte. A paciência, por exemplo, é uma virtude subordinada à fortaleza, e consiste na capacidade constante de suportar adversidades
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