Leonardo Assad Aoun comentou em: 20/06/2023 07:43

Quais são as pragas do café?

Entenda que as pragas podem prejudicar o desenvolvimento e a produção das plantas do cafeeiro. Aprenda como fazer o manejo correto

Não importa o tamanho do cafeeiro: qualquer um corre o risco de ser atacado pelas temidas pragas do café. De acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), inúmeras pragas de importância econômica atacam o fruto no campo.

De antemão, elas podem prejudicar o desenvolvimento e a produção das plantas. Além disso, precisam ser monitoradas no campo constantemente. Pois, o produtor deve adotar as medidas de controle para que o nível de dano econômico das pragas seja respeitado, segundo a Embrapa.

Lavouras

Do mesmo modo, o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) faz importantes orientações aos produtores de café através da cartilha “Café: controle de pragas, doenças e plantas daninhas”.

Sobretudo, o material ensina que os controles de pragas estão entre as práticas mais realizadas nas lavouras de café durante o ano agrícola. E são atividades onerosas. O produtor deve quantificar os danos causados e conhecer os métodos de controle para fazê-los da forma mais sustentável possível.

Pragas ou doenças do café?

Em primeiro lugar, é importante entender a diferença entre pragas e doenças do café. O engenheiro agrônomo e coordenador de Desenvolvimento Técnico da Cooxupé, Eduardo Renê da Cruz, explica que as pragas são insetos e ácaros que causam danos à lavoura ou ao grão.

“Já as doenças são causadas por fungos, bactérias e nematoides”, ressalta.

Principais pragas do café

De acordo com Eduardo Renê, a pragas mais comuns no café e que causam mais prejuízos aos cafeicultores são a Broca do Café e o Bicho Mineiro.

“Estas são pragas exclusivas do cafeeiro, ou seja, não atacam outras plantas. A Broca ataca os frutos do café iniciando, quando ainda estão verdes. A fêmea adulta da Broca perfura os frutos e coloca ovos no interior do grão. As larvas da Broca se alimentam do fruto até se tornarem adultas e perfurarem outros frutos para novas posturas. O grão brocado tem menor peso e é considerado defeito. Portanto, a Broca causa perda de produção e de qualidade”, detalha o engenheiro.

Por outro lado, o Bicho Mineiro é uma pequena mariposa. Ainda na fase de lagarta, se alimenta da camada mais interna das folhas formando minas. Por isso, o nome bicho mineiro. Dessa forma, as folhas com lesões desta praga caem mais precocemente e esta desfolha prejudica o pegamento da florada e a granação dos frutos.

Outras pragas do cafeeiro

Ainda conforme o coordenador de Desenvolvimento Técnico da Cooxupé, outra praga bem comum são as cigarras. Elas atacam, pois, as raízes do café quando estão na fase jovem, chamada de ninfa. “As ninfas sugam a seiva das plantas e prejudicam a produtividade da lavoura. Podendo levar a planta à morte em casos de infestação muito alta”, alerta Eduardo Renê.

Em suma, ele conta que existem outras pragas de menor ocorrência e que causam menos danos ao cafeeiro. Como o ácaro da mancha anular, ácaro vermelho, cochonilhas, lagartas, entre outras.

Medidas de controle

Nesse sentido, para manter uma boa produtividade e boa rentabilidade na atividade cafeeira, é fundamental que as pragas sejam bem manejadas.

“O manejo integrado, usando mais de um método de controle, é o ideal. Com o objetivo de usar o controle químico da forma mais racional possível. Para todas as pragas, é importante fazer o monitoramento mensal. Visando identificar a necessidade e o melhor momento para fazer o controle”, informa o coordenador da Cooxupé.

Manejo das pragas

Para manejo do Bicho Mineiro, recomendam uso de inseticidas químicos Foto: Adilson Werneck/Embrapa

Para manejo da Broca, por exemplo, uma medida muito eficaz é a colheita bem feita, evitando que fiquem frutos na lavoura. O uso de armadilhas para monitoramento e captura também é muito efetivo, orienta Eduardo Renê.

“A pulverização com produtos biológicos a base de Beauveria bassiana, um fungo que mata a Broca, também é recomendada. Por fim, se necessário, o uso de inseticidas químicos também são ferramentas eficazes”, aconselha o engenheiro.

Dessa forma, para manejo do Bicho Mineiro, a alternativa mais utilizada é o uso de inseticidas químicos. Mas, atualmente, já têm produtores adotando o controle biológico. Através da aplicação de ovos de Crisopídeos, um inseto que preda as larvas no Bicho Mineiro quando está na fase larval.

“Para o manejo da cigarra, a forma mais eficaz tem sido o uso de inseticida químico via solo. E, para o manejo de ácaros, utilizam acaricidas específicos quando necessário”, direciona.

Inimigos naturais

Sob o mesmo ponto de vista, é muito importante implementar estratégias que vão contribuir com o controle biológico através dos inimigos naturais presentes na lavoura, indica Eduardo Renê.

“Como o cultivo de plantas de cobertura para servir de abrigo e atrativo para os Crisopídeos e o uso de inseticidas e acaricidas seletivos que preservam os inimigos naturais. Como, por exemplo, as vespas que também predam as larvas de Bicho Mineiro e os ácaros predadores, que predam ácaros que são praga”, esclarece.

Agora que você já conhece mais sobre as pragas do café, clique aqui e saiba quais doenças do cafeeiro podem destruir uma lavoura inteira.

Fonte: Hub do Café

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