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T Ó P I C O : Pesquisadores irão calcular estoque de carbono do café robusta amazônico

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Pesquisadores irão calcular estoque de carbono do café robusta amazônico


Autor: Leonardo Assad Aoun

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Último comentário neste tópico em: 14/08/2023 09:27:39


Leonardo Assad Aoun comentou em: 14/08/2023 09:14

 

Pesquisadores irão calcular estoque de carbono do café robusta amazônico

 

O projeto da Embrapa também vai mapear tamanho das áreas de plantio e perfil dos produtores

Por Isadora Camargo — São Paulo (SP)/Globo Rural

Objetivo é atestar a sustentabilidade da produção do café produzido em Rondônia

Objetivo é atestar a sustentabilidade da produção do café produzido em Rondônia - Foto: Divulgação/Carlos Ronquim

Reduto da produção do café robusta no Brasil, o Estado de Rondônia pode ter uma produção com valor ambiental agregado a partir de uma mensuração inédita de estoques de carbono na cafeicultura.

Para isso, pesquisadores da Embrapa começaram em abril a mapear áreas de plantio do chamado robusta amazônico para resultar em uma espécie de inventário deste tipo de café. Além do carbono, o projeto vai mapear a extensão da região de cultivo e o perfil dos produtores.

O objetivo é atestar a sustentabilidade da produção do café, já que as estatísticas atuais não se configuram como 100% confiáveis. Dessa forma, essas informações poderiam ser usadas para fechar negociações com mercados internacionais, como o da União Europeia.

De acordo com a entidade, a mensuração de carbono e análise da área evidenciará que a região de Matas de Rondônia, formada por 15 cidades produtoras do grão, possui adequação à legislação ambiental nacional e às exigências do Parlamento Europeu, aprovadas em abril deste ano, proibindo o consumo e importação de commodities provenientes do desmatamento.

Após a aprovação de um projeto em 2022, que conta com o financiamento da Embrapa e do Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), um grupo de pesquisadores começou a coletar informações, em abril, na cidade de Cacoal, o coração da região que é a única a ter Denominação de Origem para o café robusta no mundo desde 2021.

São cerca de 60 mil hectares de plantação. Nas visitas à Cacoal, realizadas em maio e junho, a meta era articular a participação dos agricultores, porque para mensuração do carbono, por exemplo, será necessário arrancar 100 plantas de café da região, o que depende do aceite voluntário dos produtores.

"Poucos produtores irão ceder as árvores de café, mas todos serão beneficiados. Isso atestará a sustentabilidade do café amazônico. E se comprovar que a cafeicultura de Rondônia absorve mais carbono do que emite, isso ajudará a assegurar crédito rural mais vantajoso no futuro", detalha à Globo Rural o pesquisador da Embrapa Carlos Ronquim, líder do projeto.

Ele reitera que há uma pressão redobrada para a produção do café cultivado na Amazônia devido às normas ambientais, por isso os números da produção rondoniense irão ajudar.

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) da safra 2022/23 apontam o estado como o quinto maior produtor de café do país, ocupando o segundo posto quando considerado somente o café canéfora (robusta e conilon).

Atualmente, a cafeicultura local envolve mais de 10 mil produtores rurais, e a maior parte das plantações são encontradas em pequenas propriedades rurais, com quatro hectares, em média.

"Em Rondônia, os produtores estão investindo muito em qualidade e esse movimento também exige uma adesão de um maior número de cafeicultores para que seja possível pensar em volume de produção capaz de encher um contêiner de café para alcançar exportações a países da Ásia e Europa", acrescenta o pesquisador.

Mapeamentos

O mapeamento será conduzido pela Embrapa Territorial (SP) e conta com a parceria da Embrapa Rondônia, dos Cafeicultores Associados da Região Matas de Rondônia (Caferon), do banco Sicoob, agente financiador com a Embrapa, e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Para mapear a produção nas áreas utilizadas imagens de satélite como apoio para a detecção das lavouras. Os resultados podem ser incorporados para definir estratégias de plantio, plano, monitoramento e execução de políticas públicas, além do benefício para cooperativas e associações de produtores de café no estado.

Como pontua Ronquim, o mapeamento das lavouras de café necessita de atenção por causa das características da cultura em comparação com outros anos de plantio. Segundo Ronquim, será possível comparar a área plantada em 2020 com a de 2023 para provar que o café da região não faz parte de uma área desmatada.

As imagens de três anos atrás serão analisadas com as capturadas pelos sensores dos satélites a fim de separar o que é de fato cafezal e o que são os pequenos talhões de floresta nativa ou cultivos arbóreos, muitas vezes confundidos no momento da detecção.

Perfil dos cafeicultores

O projeto prevê, ainda, o levantamento do perfil socioeconômico e ambiental dos cafeicultores das Matas de Rondônia. Esse documento identificará informações como número de mulheres, homens, quilombolas e indígenas nas propriedades, práticas agrícolas, tecnologias em uso, e desafios frente às mudanças climáticas, entre outras.

A aplicação dos questionários contará com as colaborações do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

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