T Ó P I C O : Soluções digitais auxiliam em ações de sustentabilidade para o café
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Soluções digitais auxiliam em ações de sustentabilidade para o café
Autor: Leonardo Assad Aoun
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Leonardo Assad Aoun comentou em: 16/03/2025 18:55
Soluções digitais auxiliam em ações de sustentabilidade para o café
Iniciativa vai se concentrar inicialmente na cafeicultura familiar de montanha e a mecanizada
Por Luiz Eduardo Minervino — São Paulo/Globo Rural
Na Fazenda Santa Cruz, em Paraguaçu (MG), Josiani Moraes da Silva adota ferramentas que ajudam a monitorar solo, água e plantas — Foto: Divulgação
A integração de diferentes soluções tecnológicas e um plano bem definido de gestão socioambiental favorecem a qualidade e a rentabilidade nas lavouras de café da produtora Josiani Moraes da Silva. Na rastreabilidade e no processo de certificação dos grãos, ela utiliza ferramentas que ajudam no monitoramento do solo, da água e da sanidade das plantas na propriedade em Paraguaçu, no sul de Minas Gerais.
As tecnologias digitais desempenham um papel fundamental. Elas permitem mapear com precisão as condições ambientais e espaciais da fazenda, fornecendo dados essenciais sobre clima, temperatura e umidade”, relata a proprietária da Fazenda Santa Cruz.
A produtora destaca especialmente o suporte de soluções que ajudam a prevenir perdas causadas por eventos climáticos. Nas áreas de café, ela utiliza ferramentas como estações meteorológicas e sistemas de irrigação e fertirrigação automatizados. Nas lavouras de soja e milho, a agricultora mapeia o cultivo do plantio até a colheita com uso de piloto automático, que reduz o índice de perdas e, consequentemente, aumenta a produtividade.
A soma de forças entre tecnologia e práticas sustentáveis abriu caminho para a Santa Cruz conquistar certificações. A fazenda recebeu a primeira delas, o selo UTZ, em 2010. Na sequência, a propriedade conquistou Rainforest Alliance, Certifica Minas, RTRS, Regenare e Café Practices. “E, desde 2022, estamos divulgando nosso inventário de emissões de gases de efeito estufa pelo Programa Brasileiro GHG Protocol, coordenado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas)”, conta Josiani.
Segundo ela, as iniciativas que a propriedade adotou até aqui incluem plano de eficiência energética, conservação de ecossistemas, proteção da vida silvestre e manejo integrado de resíduos. Os investimentos e a dedicação têm reflexos diretos sobre o retorno financeiro. “O valor do prêmio por saca vendida é negociado diretamente com o comprador e pode variar a cada ano. Atualmente, esse valor está na faixa entre R$ 25 e R$ 30 por saca, mas, em anos anteriores, o prêmio chegou a alcançar entre R$ 50 e R$ 70 por saca”, relata.
Josiani Moraes é uma das produtoras que firmaram parceria com um projeto liderado pela Embrapa Agricultura Digital e que tem financiamento do Consórcio Pesquisa Café. A iniciativa, que começou neste ano, prevê ações de implantação de soluções digitais com base em internet das coisas (IoT) em dois modelos distintos de produção: a cafeicultura familiar de montanha, em Caconde (SP), e a mecanizada, em Paraguaçu.
“O principal objetivo é desenvolver metodologias para soluções digitais de agricultura de precisão na cultura do café, além de otimizar processos de certificação da sustentabilidade para as duas realidades”, explica Célia Grego, pesquisadora da Embrapa e líder do projeto.
A iniciativa ainda está no começo de suas atividades, mas já prevê a construção de parcerias com empresas de sensores e máquinas para a implementação da robótica na coleta e avaliação de solo e plantas. “As informações serão coletadas em pontos georreferenciados em grade de acordo com cada talhão. Os dados serão trabalhados durante o ciclo anual do café, englobando pelo menos três safras da cultura”, detalha a pesquisadora. Segundo ela, os resultados que saírem do levantamento e também a metodologia do projeto serão transferidos aos produtores para a posterior capacitação de agentes multiplicadores.
Embora nessa fase o trabalho esteja concentrado em Caconde e Paraguaçu, existe a possibilidade de replicá-lo em outras áreas de café. “O projeto prevê a elaboração da base para se construir um arcabouço digital para uma metodologia de rastreabilidade e certificação do café para as duas regiões. Por isso, pode-se recomendar a adoção do modelo em outras regiões, desde que tenham características ambientais e de tecnologia semelhantes”, conclui a pesquisadora.
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