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T Ó P I C O : Frio intenso exige atenção de produtores de café e cana

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Frio intenso exige atenção de produtores de café e cana


Autor: Leonardo Assad Aoun

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Último comentário neste tópico em: 30/06/2025 21:53:04


Leonardo Assad Aoun comentou em: 30/06/2025 17:13

 

Frio intenso exige atenção de produtores de café e cana

 

Levantamento da StoneX mostra como geadas e temperaturas abaixo de 5 °C afetam lavouras no Centro-Sul

Fernando Maximiliano, Carolina Jaramillo Giraldo e Marcelo Di Bonifácio Filho

Fernando Maximiliano, Carolina Jaramillo Giraldo e Marcelo Di Bonifácio Filho

Eventos climáticos extremos têm afetado a produção agropecuária brasileira, com destaque para as geadas, que comprometem o metabolismo das plantas e causam prejuízos significativos, especialmente nas culturas de café e cana-de-açúcar.

Segundo a StoneX, empresa global de serviços financeiros, os danos causados pelas temperaturas mínimas e a intensidade dos eventos de frio dependem fortemente de aspectos microclimáticos, como a topografia do terreno e a posição da lavoura (baixadas, encostas etc.), além de condições locais como a umidade da superfície (vegetação e solo).

“Também influenciam fatores climáticos de grande escala, como os fenômenos El Niño/La Niña e a Oscilação Antártica, que interferem de forma significativa nas condições do tempo no Brasil”, explica a analista de Inteligência de Mercado, Carolina Jaramillo Giraldo (na foto, ao centro).

Cana-de-açúcar

Temperaturas mínimas abaixo de 5 °C ocorrem ao menos uma vez por ano em grande parte do Centro-Sul do Brasil. No caso da cana-de-açúcar, as áreas produtoras de Mato Grosso apresentam maior chance de registrar temperaturas próximas de 5 °C, ainda que com frequência ocasional, estimada em cerca de 7 dias por ano.

Temperaturas próximas a 0 °C provocam queima de folhas, morte de gemas apicais e laterais, interrupção do crescimento, redução da qualidade industrial (ATR) e perda de produtividade (TCH).

Um dos impactos mais graves está na necessidade de colheita imediata: após a geada, é preciso colher rapidamente, mesmo que a cana ainda não esteja no ponto ideal, o que compromete fortemente o rendimento.

De acordo com a análise do grupo, as temperaturas abaixo de 10 °C já representam estresse térmico, com risco elevado abaixo de 5 °C — mesmo sem geada visível. Em áreas de maior altitude, baixa umidade do solo e com variedades sensíveis, o impacto pode ser significativo.

“Na safra 2021/22, a produtividade já vinha em queda devido à estiagem. Com as geadas e, posteriormente, incêndios em agosto, a quebra foi ainda maior. A moagem final ficou em 524,1 milhões de toneladas — cerca de 60 milhões abaixo da expectativa inicial de 580 milhões”, pontua o analista de Inteligência de Mercado, Marcelo Di Bonifácio Filho (na foto, à direita).

De modo geral, regiões canavieiras localizadas no noroeste do Paraná, sudeste de Mato Grosso do Sul e sul de São Paulo apresentam alto risco de frio intenso, com mais de 90% de chance de registrarem, pelo menos uma vez por ano, temperaturas abaixo de 5 °C.

Também há áreas com risco semelhante no extremo leste do Triângulo Mineiro, no centro de Minas Gerais e em partes do oeste de Goiás.

Café

A cultura do café já foi severamente afetada por geadas ao longo da história, especialmente o café arábica. O frio intenso pode causar estresse térmico, abortamento floral e queda na produção, como ocorreu em 2022, quando a colheita ficou 20% abaixo do esperado.

“Em 2022, o potencial de produção era de 50 milhões de sacas, mas foram colhidas apenas 39,8 milhões, cerca de 20% abaixo do esperado. Isso teve impacto direto nos preços internacionais”, explica o gerente de Inteligência de Mercado do grupo, Fernando Maximiliano (na foto, à esquerda).

Análises históricas (1970–2024) mostram que regiões como sul de Minas, noroeste do Paraná e sul de São Paulo têm mais de 90% de chance de registrar ao menos um dia por ano com temperaturas abaixo de 5 °C.

Entre os efeitos mais relevantes, destaca-se a redução da fotossíntese, pois a planta entra em um estado de “hibernação metabólica”, limitando o crescimento vegetativo, a formação das gemas florais e, em casos de frio durante a florada, favorecendo o abortamento floral. “No entanto, esse tipo de dano é bastante difícil de quantificar”, explica.

Nas áreas produtoras de café em regiões de altitude no extremo sul de Minas Gerais, o risco de frio intenso (temperaturas abaixo de 5 °C) é mais elevado. Em termos de frequência, estima-se que possa haver até 18 dias por ano com temperaturas mínimas abaixo desse limite, embora isso ocorra apenas em locais específicos. Em outros municípios com alta probabilidade, a ocorrência tende a ser mais pontual, com médias de aproximadamente 7 dias por ano.

Fonte: Revista Cultivar

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