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T Ó P I C O : Café brasileiro pode ser incluído na lista de exceções às tarifas dos EUA?

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Café brasileiro pode ser incluído na lista de exceções às tarifas dos EUA?


Autor: Leonardo Assad Aoun

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Último comentário neste tópico em: 31/07/2025 21:38:42


Leonardo Assad Aoun comentou em: 31/07/2025 20:24

 

Café brasileiro pode entrar na lista de exceções tarifárias dos EUA, afirma Cecafé

 

Em entrevista ao CBN São Paulo, diretor-geral do Cecafé defende que o café brasileiro seja incluído na lista de exceções tarifárias dos EUA por ser um produto essencial e não cultivado localmente.

Por Redação — São Paulo/Rádio CBN

Presidente dos EUA, Donald Trump, tomando um gole de café

Presidente dos EUA, Donald Trump, tomando um gole de café — Foto: Foto: Reprodução

Com o prazo final de negociações se aproximando, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) intensificou os esforços para garantir que o café brasileiro seja incluído na lista de exceções tarifárias dos Estados Unidos. A medida busca minimizar os impactos da ordem executiva norte-americana que prevê novas taxações sobre produtos importados.

Em entrevista ao CBN São Paulo, Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé, afirmou que a entidade está mobilizada para proteger um setor que, só nos EUA, movimenta US$ 343 bilhões ao ano e representa 1,2% do PIB americano.

 

“A agenda de negociação já estava, está e continua sendo a prioridade máxima para nós no café. Esse é um período que vamos trabalhar com todas as forças internamente e com nossos parceiros do setor privado nos Estados Unidos para buscar uma condição mais adequada para os cafés brasileiros.”

Segundo Matos, a exportação de café é um processo complexo e longo, com colheita, beneficiamento e blendagem, que podem levar até três meses antes do envio ao exterior. Neste momento, o Brasil finaliza a colheita de 2025, o que deve se refletir nos números de exportação já a partir de agosto.

A relação entre o produto brasileiro e o público americano é bem-vista pelo diretor, que descreve o café nacional "como uma origem única e insubstituível". Não à toa, aproximadamente 33% de todo o café consumido no país tem origem no Brasil. Além de maior consumidor do commodity no mundo, os Estados Unidos representam cerca de 16% das exportações brasileiras do grão.

O diretor ainda ressaltou que há impactos previstos tanto para a indústria norte-americana quanto para o mercado interno brasileiro, caso a tarifa não seja revertida.

 

“O Brasil é insubstituível para os Estados Unidos, assim como os Estados Unidos são insubstituíveis para o Brasil. Para cada US$ 1 importado do nosso café, são injetados US$ 43 na economia americana. Estamos falando de 2,2 milhões de empregos e mais de US$ 101 bilhões em salários."

 

O setor cafeeiro brasileiro já exporta para mais de 150 países e tem visto crescimento em regiões como Europa, Ásia e Oriente Médio. Ainda assim, os Estados Unidos continuam sendo o principal destino, com apoio ativo da National Coffee Association (NCA) e grandes redes de cafeteria em Washington.

 

“Temos fortes aliados da indústria fazendo esse trabalho de conscientização. A negociação tem que ser pragmática, com senso de urgência. Já havíamos trabalhado com o cenário de que seria necessário buscar um acordo específico para o café após as tratativas país a país”, explicou.

 

As negociações entre empresas, associações e governos acontecem em diversas frentes simultaneamente. No caso dos EUA, o Cecafé articula com importadores, redes de cafeteria e associações como a NCA, além de utilizar canais culturais para reforçar a ligação do café brasileiro com identidade, história e imigração.

“Temos que furar bolhas. Usamos nossas embaixadas, o Museu do Café, falamos de cultura e história. O café brasileiro precisa conquistar o coração do consumidor. E isso não é só comércio, é empatia e orgulho”, disse Matos.

 

Já sobre a variação do preço do café no Brasil, o diretor descartou a influência da discussão tarifária, que representa “só mais uma variável dessa equação". As reações do mercado são atribuídas à entrada da safra brasileira e à perspectiva de boas colheitas em 2026.

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