T Ó P I C O : MERCADO FIRME! OS FUNDAMENTOS PODEM TER MUDADO!
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MERCADO FIRME! OS FUNDAMENTOS PODEM TER MUDADO!
Autor: Leonardo Assad Aoun
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Último comentário neste tópico em: 01/09/2025 21:02:02
Leonardo Assad Aoun comentou em: 31/08/2025 16:20
MERCADO FIRME! OS FUNDAMENTOS PODEM TER MUDADO! - POR MARCELO FRAGA MOREIRA
MERCADO FIRME! OS FUNDAMENTOS PODEM TER MUDADO!
O próximo vencimento dez-25 encerrou a semana @ 386,10 centavos de dólar por libra-peso. Durante todos os dias o mercado tentou “jogar” os preços para baixo mas encontrou forte suporte nos 363/365/370 centavos de dólar por libra-peso. A média-móvel dos 9 dias conseguiu mostrar sua força.
No último pregão do mês o dez-25 chegou a cair nas primeiras horas -645 pontos e a negociar “em cima do suporte da média-móvel dos 9 dias” @ 371,05 centavos de dólar por libra-peso. Mesmo com novas previsões para chuvas durante os próximos 5-10 dias, após as 11:00 hrs, o mercado voltou às compras e empurrou o dez-25 para as máximas do dia @ 388,70 centavos de dólar por libra-peso. Provavelmente os “vendidos” procuraram zerar suas posições e evitar passar o final de semana prolongado “protegidos”. Segunda-feira será feriado nos EUA (dia do trabalho) e NY só voltará a funcionar na terça-feira!
Na semana – vencimento dez-25: fechamento anterior / mínima / máxima / nova mínima / nova máxima / fechamento atual respectivamente @ 378,30 / 363,90 / 391,30 / 371,05 / 388,07 / 386,10 centavos de dólar por libra-peso! E o set-25 chegou a cravar 400,80 centavos de dólar por libra-peso!!
As noticias referentes as quebras na safra 25/26 brasileira continuam sendo destaque na imprensa. Nessa semana a OIC*, através da sra. Vanúsia – diretora executiva da OIC* - voltou a sustentar a realidade da safra recém colhida no Brasil em reportagem para a Reuters durante evento na Colômbia:
“A imposição de tarifas pelos Estados Unidos, as mudanças climáticas e a menor safra brasileira estão elevando os preços do café”. Ela ainda afirmou que “apesar da tendência de alta, o mercado de café lida com volatilidade e incerteza, à medida que o consumo aumenta e os estoques diminuem. É a questão da quebra da safra brasileira, o anúncio de que não teremos o que era esperado, que teremos menos café, somado aos eventos climáticos, além das tarifas”.
Na quinta-feira o governo brasileiro informou que irá abrir estudos para analisar a possiblidade para aplicar a “Lei de Reciprocidade” contra os Estados Unidos.
Segundo matéria da BBC News: “O governo brasileiro autorizou nesta quinta-feira (28/08) o início de uma análise sobre a possível aplicação da Lei da Reciprocidade contra os Estados Unidos — que impuseram uma tarifa de 50% sobre vários produtos brasileiros, a qual começou a valer no início do mês. A autorização foi confirmada por uma fonte do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) à BBC.
O governo americano vai ser notificado pelo Itamaraty sobre o início da análise nesta sexta-feira (29).
O Itamaraty, em coordenação com outros ministérios do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), encaminhou à Câmara de Comércio Exterior (Camex) o pedido de análise, que vai durar até 30 dias (não está claro se úteis ou corridos).”
Se o governo americano decidir retaliar o governo brasileiro elevando novamente as tarifas de importação da atual lista (que já inclui o café), então poderemos ver o mercado explodir com outras origens aumentando seus preços para equiparar os preços origem X com o café “origem Brasil” entregue nos portos americanos (café brasileiro custo + frete + tarifas base porto americano).
Os compradores americanos estão prorrogando ao máximo seus embarques/compras já assumidas e aguardando para entrar no mercado e realizar novas compras. Segundo muitos analistas os Estados Unidos possuem estoques internos para os próximos 45-60 dias. Já estão procurando originar café em outras origens. A próxima safra colombiana só começará em outubro e a do Vietnam apenas em novembro! Em breve os compradores americanos deverão voltar ao mercado brasileiro para comprar o “mínimo necessário” para manter seu abastecimento durante os próximos 3-6 meses.
Da mesma forma, mesmo com rumores onde a Europa poderá prorrogar e/ou promover mudanças significativas nas falsas “leis antidesmatamento” (EUDR*) – previstas para entrar em vigor a partir do dia 01 de janeiro de 2026 – o mercado europeu já está no mercado e irá competir com os Estados Unidos por produto e por logística!
O produtor segue “senhor da situação” vendendo apenas o necessário para pagar suas contas. No mês de agosto, no mercado interno, mesmo com as tradings/cooperativas aumentando o diferencial de compra contra o produtor (passando dos -35/-40 pontos para -60/-70 pontos) o café arábica chegou a subir +700 R$/saca e o café robusta +650 R$/saca! O café arábica tipo 6 voltou a negociar acima dos 2.500 R$/saca e o café robusta acima dos 1.450 R$/saca! O spread entre o café arábica x o café robusta continua acima dos 1.000 R$/saca! E o café arábica tipo “rio” ainda negociando aproximadamente 300/400 R$/saca acima do café robusta! Atenção produtores do café robusta: VALORIZEM o seu produto. Como já mencionado várias vezes não faz sentido vender o seu café de excelente qualidade e bebida abaixo do café tipo rio!
A próxima safra 26/27 já está sendo questionada.
Segundo o último podcast da Procafé*: “Safras 2025 e 2026: O que foi e o que esperar…” (http://www.redepeabirus.com.br/redes/form/post?topico_id=119868), das recentes publicações do Gustavo Renno e da analista Maja Wallengren (da consultoria Spilling the beans – por enquanto a única analista que indicava uma safra brasileira 25/26 ao redor dos 48 milhões de sacas e preços ainda explosivos), a próxima safra 26/27 já está comprometida e dificilmente será superior a safra 20/21 (quando a safra brasileira foi estimada ao redor dos 70 milhões de sacas).
Essas informações também podem ter contribuído para a alta dos preços pois o “mercado” estava trabalhando com uma safra 25/26 em +63/+65 milhões de sacas e a safra 26/27 acima dos +70 milhões de sacas!
Com a quebra atual (previsão para a safra atual 25/26 entre 48-53 milhões de sacas) e a previsão para a próxima safra 26/27 entre 58-65 milhões de sacas o mundo irá assistir novamente a 2 anos com a produção mundial x consumo mundial em déficit (-18/-20 milhões de sacas na safra 25/26 e novamente entre -10/-12 milhões de sacas na safra 26/27).
Se a safra atual 25/26 vier realmente abaixo das 53 milhões de sacas e a próxima ao redor dos 63 milhões de sacas então o mundo só voltará a equalizar a sua “produção x consumo mundial” a partir da safra 27/28 e a construir estoques apenas a partir da safra 28/29!
Confirmando essas quebras na principal origem do mundo então os estoques mundiais tenderão a “zero” e os preços poderão mesmo atingir novos recordes, onde o “céu será o limite”... Difícil colocar “preço” com tantas variáveis mas 450/500/550 centavos de dólar por libra-peso poderão ocorrer se/quando os fundos + especuladores sentirem “cheiro de sangue” e “pânico” nesse mercado. As chamadas de margem poderão ajudar nesse movimento de alta com os “vendidos” correndo atrás para “estopar” suas posições.
Nesse movimento de alta novamente existem rumores onde muitas empresas/produtores se machucaram com as famosas operações com os “acumuladores”, com as “operações estruturadas” que “aparecem, desaparecem, dobram”... Caso você estiver “vendido” nesse mercado, nessas operações, coloque um “stop” e “caia fora”. O “primeiro prejuízo será o menor prejuízo”. Muito cuidado!
Desde a geada dos últimos dias 7-8 de agosto, junto com as chuvas de granizo, os vendavais, o frio extremo e prolongado desse inverno, a confirmação da quebra da safra atual para <= 53 milhões de sacas, o atraso atual nas chuvas, e com as recentes floradas irregulares os fundamentos e o quadro da “oferta x demanda” mundial mudaram! Não tem como não voltar a ficar “altista” para o médio prazo.
No curto prazo o mercado está em região “sobrecomprado” e uma correção está sendo esperada a qualquer momento! O efeito “florada” poderá ajudar nesse movimento de realização e poderá ser uma oportunidade para os “vendidos” ajustarem suas posições.
O Dez-25 encontra agora suporte @ 371 / 353 / 332 / 309 e 292 centavos de dólar por libra-peso. E resistências @ 391,30 / 399,65 (máxima do contrato dia 29 de abril de 2024) / 440,85 (máxima do contrato Março-25 dia 12 fevereiro 2025). E depois? Quem viver verá!!
Para o produtor que teve problemas na safra atual e já realizou vendas/travas futuras para 26/27 e 27/28 proteja-se comprando uma opção de compra “call*” e/ou uma estrutura “call-spread*”.
Para o produtor que não vendeu (como não temos bola de cristal) então a recomendação segue a mesma dos últimos meses: “compre uma estrutura “put-spread*” para garantir os preços atuais para as próximas safra 26/27 e 27/28 (nessa semana os preços encerraram acima dos 2.000 R$/saca para 26/27 e acima dos 1.800 R$/saca para 27/28) e continue aproveitando / surfando a onda da alta.
Ainda teremos muitas emoções nos próximos meses!
Boa semana a todos!
Marcelo Fraga Moreira*
PS: Você produtor (arábica e/ou robusta), caso queira saber mais sobre nossa consultoria para as operações de hedge, entre em contato conosco através dos emails:
priscilla@archerconsulting.com.br ou
mmoreira66@yahoo.com
** “Call” = opção de Compra
** “Put” = opção de Venda
** “Compra Call-Spread” = compra e venda simultânea de 2 Opções de Compra comprando a Opção com preço de exercício mais baixo vendendo a Opção com preço de exercício mais alto);
** “Venda Call-Spread” = venda e compra simultânea 2 Opções de Compra vendendo a Opção com preço de exercício mais baixo e comprando a Opção com preço de exercício mais alto);
** “Compra Put-Spread” = compra e venda simultânea 2 Opções de Venda comprando a Opção com preço de exercício mais alto e vendendo a Opção com preço de exercício mais baixo);
** “Venda Put-Spread” = venda e compra simultânea 2 Opções de Venda vendendo a Opção com preço de exercício mais alto e comprando a Opção com preço de exercício mais baixo);
** “CFTC” = Commodity Futures Trading Commission – agência independente do governo dos Estados Unidos que regula os mercados de futuros e opções das commodities;
** “IBGE” = Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
** “Cecafé” = Conselho dos Exportadores de Café do Brasil
** “SECEX” = Secretaria comércio exterior
** “CNC” = Conselho Nacional do Café
** “USDA” = Departamento da Agricultura dos Estados Unidos
** “FNC” = Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia
** “FAS” = Serviço Agrícola Estrangeiro do USDA*
** “OIC” = Organização Internacional do Café
** “GCA” = Green Coffee Association
** “ABIC” = Associação Brasileira da Indústria de Café
** “Sincal” = Associação dos Produtores do Brasil
** “NDF” = (Non-Deliverable Forward), um contrato a termo de moeda com liquidação financeira, com vencimento para aquele mês
** “Pib” = Produto Interno Bruto
** “FED” = Banco Central Americano
** “NOAA” = Departamento Nacional da Atmosfera e Oceanos dos Estados Unidos
** “EUROSTAT” = Serviço de Estatística da União Europeia responsável pela publicação de estatísticas e indicadores de elevada qualidade a nível europeu que permite a comparação entre países e regiões
** “OPEP” = A Organização dos Países Exportadores de Petróleo
** “FOMO” = É caracterizada pela necessidade constante que uma pessoa tem de saber o que outras estão fazendo. FOMO, sigla que vem da expressão em inglês “fear of missing out”, que traduzida para o português significa “medo de ficar de fora”.
o investidor fica com receio em perder uma oportunidade no mercado e sai “comprando ou vendendo” para não ficar de fora da “oportunidade” divulgada na mídia (FOMO = Free of missing out A Organização dos Países Exportadores de Petróleo
** “COOXUPÉ” = Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé
** “Coccamig” = Cooperativa Central de Cafeicultores e Agropecuaristas de Minas Gerais
** “PIB” = Produto interno Bruto de um país
** “COPOM” = Comitê de Política Monetária, é um órgão do Banco Central. Ele foi criado em 1996 com o objetivo de traçar e acompanhar a política monetária do país. Esse é o órgão responsável pelo estabelecimento de diretrizes a respeito da taxa de juros
** “BASIS” = O basis é a disparidade de preço causada pela diferença geográfica entre os pontos de entrega da commodity. Ele é calculado subtraindo o valor da commodity no mercado físico em determinada praça, pelo preço do mesmo produto no mercado futuro.
** “Bandas de bollinger” = do inglês bollinger bands, é um indicador de volatilidade bastante utilizado para prever se um ativo está sobre-comprado, estável ou sobre-vendido. Ele é formado por duas médias móveis, uma superior e outra inferior que indicam tal informação. São alguns atributos desse indicador:
Antever os níveis de preço de um ativo
Antecipar topos e fundos de preço no gráfico
Mostrar a intensidade de valorização ou desvalorização de um ativo
Portanto, este indicador tenta mostrar se uma ação está barata ou cara, em um determinado período de tempo.
Desse modo, ele é indicado para operações de curto prazo, day trade ou swing trade.
O autor da técnica é o americano John Bollinger (nascido em 1950), analista financeiro e colaborador da área de análise técnica. John lançou o seu livro Bollinger on Bollinger Bands em 2001, mas essa técnica começou a ser desenvolvida por ele ainda na década de 1980. As bandas são derivadas das médias móveis e mostram que, independente de qualquer movimento que o preço faça, ele tende a voltar a um equilíbrio. Portanto, temos aí um “estreitamento das bandas” no gráfico de candlestick.
** “PMI” = A sigla PMI significa, em inglês, Purchasing Manager’s Index e é um indicador que mede a atividade econômica de um país a partir de pesquisas mensais realizadas por uma empresa privada.
Assim, o PMI também é conhecido como Índice de Gerentes de Compra e seu principal objetivo é fornecer informações sobre a temperatura de alguns setores da economia e orientar os diversos profissionais do mercado.
** Vicofa: Associação do Café e Cacau do Vietnam
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