T Ó P I C O : O gosto amargo da taxação: o risco de mudança de paladar nos EUA
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O gosto amargo da taxação: o risco de mudança de paladar nos EUA
Autor: Leonardo Assad Aoun
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Último comentário neste tópico em: 18/11/2025 19:13:14
Leonardo Assad Aoun comentou em: 18/11/2025 17:50
O gosto amargo da taxação: Ausência do café do Brasil nos blends americanos faz setor temer mudança de paladar e perda de mercado
Indústria brasileira faz alerta sobre os prejuízos para cadeia cafeeira se o grão brasileiro deixar de entrar nos EUA
"Nós sabemos que o blend norte-americano, historicamente, depende do café brasileiro para garantir padrão, qualidade, corpo, doçura e competitividade. Sempre foi assim. Mas, cada mês em que esse café deixa de entrar nos Estados Unidos, nós corremos o risco real de perder espaço para outras origens. E se esse espaço for ocupado, recuperá-lo lá na frente pode levar anos", alertou o diretor executivo da ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café), Celírio Inácio.
Desde agosto deste ano, quando a tarifa imposta pelo presidente Donald Trump sobre as importações dos cafés brasileiros pelos EUA passou a vigorar, as exportações do produto ao país norte-americano vêm enfrentando constantes baixas. A sobretaxa tornou o produto brasileiro menos competitivo no mercado dos EUA, e resultou em cancelamentos de contratos por parte de importadores e torrefadores locais, que passaram a buscar alternativas mais viáveis financeiramente em outros mercados.
Segundo Inácio, este é um movimento que ameaça diretamente a participação de mercado do Brasil, impactando a competitividade e até a relevância histórica do nosso país no maior mercado consumidor do mundo, "a médio e longo prazo, o impacto é significativo. Os torrefadores americanos começam a ajustar seus processos, seus contratos, seus padrões sensoriais, o que pode levar a uma substituição estrutural do nosso produto naquele mercado. O café brasileiro sempre fez parte do paladar dos americanos, e é isso que precisamos preservar", explicou.
O diretor geral do Cecafé, Marcos Matos, reforça ainda a preocupação dos EUA fazendo relações comerciais e estabelecendo contratos de longo prazo com os nossos concorrentes, "o consumidor já está ali se acostumando com os novos parâmetros sensoriais, em termos de qualidade, ou seja, com o que é diferente dos nossos cafés. Isso para nós, além de um prejuízo agora, pode ser um prejuízo maior amanhã e pode ser inclusive irreversível", pontuou.
De acordo com o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Márcio Cândido, atualmente os estoques de café do Brasil nos Estados Unidos são poucos e estão com baixíssimos níveis, e isso já está levando mesmo os consumidores americanos a consumirem bebidas que não têm o grão brasileiro no blend. "Para nós é um risco muito grande. Então, se torna mais que uma necessidade a urgência de retomarmos esse mercado, porque a gente vislumbra para o próximo ano Brasil, Colômbia e outras origens, no Vietnã também, uma recuperação, claro sem acidentes climáticos, na produção mundial. Não podemos abrir mão, de jeito nenhum ou de qualquer maneira, do maior mercado consumidor e nosso maior importador, onde a gente responde por 33% de tudo que eles compram", indagou Cândido.
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