T Ó P I C O : CAMDA confirma avanço técnico na cafeicultura com 2º lugar no Concurso Estadual Qualidade do Café
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CAMDA confirma avanço técnico na cafeicultura com 2º lugar no Concurso Estadual Qualidade do Café
Autor: Leonardo Assad Aoun
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Último comentário neste tópico em: 10/12/2025 16:25:48
Leonardo Assad Aoun comentou em: 10/12/2025 16:45
CAMDA confirma avanço técnico na cafeicultura com 2º lugar no Concurso Estadual Qualidade do Café
Café produzido no Campo Experimental conquistou excelência em concurso estadual.
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Os agronomos Wilton Jose dos Santos (Camda), Fernando Takayuki Nakayama (Apta) e o diretor-superintendente da Camda, Gumercindo Fernandes da Silva, no cafezal do Campo Experimental em Adamantina (Siga Mais).
A Cooperativa Agrícola Mista de Adamantina (CAMDA), reafirmou sua relevância na cafeicultura paulista ao conquistar em novembro passado o 2º lugar na categoria Coffea canephora (robusta) do 24º Concurso Estadual Qualidade do Café de São Paulo, com nota 82,42, em evento realizado no Instituto Agronômico de Campinas (IAC).
Embora o regulamento exigisse inscrição em nome de pessoa física, o café inscrito pelo diretor-superintendente da cooperativa, Gumercindo Fernandes da Silva, é fruto direto dos cultivares mantidos e testados pela CAMDA, o que reforça o papel da instituição como agente técnico na retomada da qualidade cafeeira regional.

Produção de mudas no Campo Experimental da CAMDA em Adamantina (Siga Mais).
A participação da CAMDA utilizou material produzido em seu Campo Experimental, em Adamantina, espaço que mantém protocolos avançados de pesquisa e manejo voltados à adaptação de cultivares ao clima e solo da Nova Alta Paulista. Assista conteúdo especial produzido pelo Siga Mais.
O reconhecimento conquistado no concurso evidencia a consistência entre genética, manejo e pós-colheita das amostras. O engenheiro agrônomo e pesquisador da APTA Regional de Adamantina, Dr. Fernando Takayuki Nakayama, explica que o prêmio está diretamente ligado à história de superação e pesquisa que envolve a cultura do café na região.

Fernando Takayuki Nakayama, da APTA, liderou pesquisas com o café na região (Siga Mais).
As pesquisas realizadas pela APTA Regional de Adamantina e os órgãos estaduais de agricultura, como o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), com a participação direta da CAMDA, permitiu o desenvolvimento de cultivares adaptados ao clima e solo da Nova Alta Paulista, e a submissão em concurso estadual evidenciou a qualidade dos cultivares testados e mantidos no Campo Experimental.

Previsão é entregar 210 mil mudas de café ano que vem (Siga Mais).
Segundo ele, “esse concurso estadual de Qualidade de Bebida de Café tem o objetivo de valorizar a cafeicultura do estado de São Paulo. A nossa Alta Paulista já foi uma grande potência na cafeicultura, mas sofreu com a geada de 1975 e depois com problemas de nematoide, que afetava o sistema radicular e matava as plantas. Isso só foi sanado graças à pesquisa, quando o IAC desenvolveu o porta-enxerto Apoatã, o 2258, e a CAMDA executou o trabalho de enxertia para oferecer mudas resistentes aos cooperados.”
Nakayama destaca que a continuidade do Campo Experimental em Adamantina só foi possível pelo empenho conjunto da cooperativa e dos pesquisadores. “Foi uma força-tarefa para manter esse campo produtivo em Adamantina. E foram justamente amostras desse campo que colocamos em nome do seu Gumercindo, resultando no segundo melhor café canephora do estado de São Paulo.”
Café impulsionou a criação da CAMDA na década de 60
A ligação da CAMDA com a cafeicultura é histórica, conforme destaca o diretor-superintendente da cooperativa, Gumercindo Fernandes da Silva. Ele recorda que a CAMDA iniciou sua vida no auge do café na Alta Paulista, quando um grupo de cafeicultores, liderados pelo fundador Mário Matsuda, comprou uma máquina de café em sociedade. “Daí surgiu a Cooperativa, em 4 de abril de 1965”, conta.

Gumercindo Fernandes da Silva, diretor-superintendente da CAMDA (Siga Mais).
Ele lembrou ainda do episódio marcante para a cafeicultura, a geada de 1975 que dizimou cafezais e provocou uma crise profunda no setor. “A CAMDA só recebia café, e com dez anos de atividades sentiu os efeitos pós geada”, relata. “Então precisou buscar alternativas e se diversificar para sobreviver. Mas nunca virou as costas para o café. Mantemos até hoje nosso viveiro, oferecendo mudas apropriadas para a região e dando sequência na tradição da cafeicultura dentro da cooperativa.”

Área de cultivo do café premiado em concurso estadual (Siga Mais).
O resultado obtido pela CAMDA também chamou atenção do secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado, Guilherme Piai, em visita ao Campo Experimental. “Temos aqui um exemplo maravilhoso da CAMDA, no qual eu sou cooperado com muito orgulho. Temos uma pesquisa fantástica aqui com o Fernando Nakayama, um pesquisador jovem, brilhante, premiado, que faz um trabalho no café realmente surpreendente. Tenho certeza de que isso vai trazer muita prosperidade para essa região, que é uma potência no agro.”
Produção de mudas na CAMDA salta de 45 mil mudas em 2025 para 210 mil mudas em 2026
O gerente do Campo Experimental da CAMDA, Wilton José dos Santos, observa que a demanda crescente por mudas de café demonstra a retomada da cultura na região. “No ano passado tínhamos uma reserva de 45 mil mudas; este ano, entregamos sob encomenda 210 mil mudas de café arábica. E vamos voltar a trabalhar também com robusta e com café enxertado.” O volume é oito vezes mais, o que representa um salto de 366%.

Viveiro de mudas abastece áreas de plantio de cooperados da CAMDA (Siga Mais).
Wilton detalha o processo técnico do viveiro: “A gente começa com a coleta nos campos clonais, faz a germinação e o plantio nos tubetes. Depois, as mudas passam por estufa por cerca de 40 dias, vão para canteiros sombreados por mais 20 dias e então são expostas ao sol. Quando chegam a 6 ou 7 pares de folhas, estão no ponto ideal para o plantio”.
Ele destaca também o avanço de outras culturas no viveiro. “Uma cultura que cresceu muito foi o urucum. Saímos de 16 mil mudas no ano passado para 120 mil mudas este ano, todas sob reserva”.

Mudas de urucum, outro destaque da agricultura regional (Siga Mais).

Mudas de espécies nativas, para áreas de reflorestamento, produzidas no local (Siga Mais).
O conjunto de práticas — que envolve seleção clonal, uso de porta-enxertos resistentes, controle rigoroso na produção de mudas, manejo de campo e pós-colheita qualificada — explica o resultado técnico obtido no concurso e confirma Adamantina como um polo emergente no desenvolvimento do café canephora de alta qualidade em São Paulo. A conquista reforça a combinação entre tradição, pesquisa e investimentos contínuos, demonstrando que a região reúne condições para ampliar sua presença no mercado de cafés diferenciados e manter uma trajetória ascendente na produção sustentável e tecnificada da cultura.
Fonte: Siga Mais
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