Rede Social do Café

T Ó P I C O : Obtido das fezes de um pássaro, caro e sensacional, o ‘Café do Jacu’ chega à cidade

Informações da Comunidade

Criado em: 28/06/2006

Tipo: Tema

Membros: 5250

Visitas: 27.713.039

Mediador: Sergio Parreiras Pereira

                        

Adicionar ao Google Reader Adicionar ao Yahoo Reader Adicionar aos Favoritos BlogBlogs


Comentários do Tópico

Obtido das fezes de um pássaro, caro e sensacional, o ‘Café do Jacu’ chega à cidade


Autor: Thiago Tavares Botelho

1.118 visitas

1 comentários

Último comentário neste tópico em: 02/06/2016 15:24:35


Thiago Tavares Botelho comentou em: 02/06/2016 15:24

 

Obtido das fezes de um pássaro, caro e sensacional, o ‘Café do Jacu’ chega à cidade

 

Você pagaria R$ 800 por um quilo de café obtido das fezes de um pássaro? Depois de fazer sucesso nos países árabes e no Reino Unido, consolidado em praças como São Paulo, o capixaba Jacu Bird Coffe chega também às cefeterias e lojas do Recife e arredores – apenas três endereços, para ser exato. “Cerca de dez latas estão chegando por mês ao mercado recifense”, diz Fábio Ferrari, representante local da Camocim, a fazenda localizada no Espírito Santo em que é produzido o café mais caro do Brasil.
A produção justifica a quantidade. Com apenas cerca de 60 sacas de trinta quilos cada produzidas anualmente, a marca está em todos os principais mercados importadores de café do mundo. Menos de 5% dessa produção costuma ficar no Brasil. Com 250 gramas de café moído, cada lata custa cerca de R$ 250. Há embalagens menores, de café em grãos, para moagem caseira, com preços igualmente menores.

cafejacu
A história do Jacu Bird Coffe é a de um feliz incidente com ingredientes necessários para convertê-lo no fetiche em que se tornou. Em 2008, a plantação cafeeira da tradicional da fazenda Camocim, localizada no município capixaba de Domingos Martins, foi tomada de assalto por um bando de jacus, ave de médio porte, terrestre como galinhas. Inspirado na história de outros cafés do mundo, o cafeicultor Henrique Araújo transformou o predador em cúmplice. No mundo, já fazia sucesso o chamado Luwak ou Café Civeta, obtido por meio de um mamífero indonésio parecido com um gato.
No processo, o animal expele intactos os grãos de café após ingeri-los. Seu estômago absorve a polpa e expele o resto. Ao perceber que os jacus brasileiros também excretavam os grãos do café intactos e livres da polpa, o cafeicultor brasileiro resolveu experimentar. O resultado é um café caro pela quantidade e peculiaridade de seu fabrico e incrivelmente bem equilibrado e convincente no paladar.
Carioca radicado em Pernambuco, onde dá cursos de preparo e degustação de cafés especiais, o barista George Gepp elogia o café obtido através das fezes deste pássaro. “O resultado é um café com sabor suave, com acidez marcante, aromas frutais e florados”, diz ele que, contudo, não vê grandes diferenças entre o café “escolhido pelos pássaros” e o outro tipo de café da Camocim, selcionado pela mão humana, cujo quilo chega a custar mais de quatro vezes menos. “Dizem que o café do pássaro tem um pouco mais de acidez, mas ela nao é percebida muito bem na boca”, ele comenta.

Enquanto o Jacu Coffe custa cerca de 800 o quilo, o café da Camocim que não passa pelo pássaro custa cerca de R$ 160, o quilo. Na boca, o café Jacu chama tanto a atenção pela doçura natural presente como pela ausência total de elementos desagradáveis. Não tem traços de amargor.

“O amargor do café é um defeito da torra feita pelo homem, não é um defeito da natureza”, lembra o barista. Apesar de prolongado no palato, o Jacu tem corpo mediano – para os padrões mais comerciais, é quase translúcido. “Nem sempre o sabor está associado ao corpo do café”, ele diz, que pondera: “É de fato um café muito superior, mas é preciso garantir a origem. Como podem produzir apenas 60 sacas de café para distribuir em tantos mercados?.

Ave expele os grãos sem a polpaAve expele os grãos sem a polpa

Distribuidor, Fábio Ferrari garante que cada tiragem do café do jacu, assim como do orgânico mais comum, é inspecionado e aferido pelas  autoridades sanitárias e industriais brasileiras. “Por isso, tão poucos pontos de venda”, ele diz. No Recife, o café do jacu pode ser encontrado apenas na Coffee Bar (Imbiribeira, F.: 3213-0235), Galo Padeiro (Santo Amaro, F.: 3423-6094) e Malakoff Café Gourmet (Abdias de Carvalho, F.: 3128-0113.).

Depois de tantas manias por vinhos, temperos, carnes e outros fetiches, eu até evitava provar um café do tipo. Mas o risco, depois de provado, é concreto: depois de provar o Jacu Bird, vários dos outros cafés perdem a graça.

Fonte: jc.ne10.uol.com.br

Visualizar | |   Comentar     |  



1