Thiago Tavares Botelho comentou em: 25/07/2016 17:47

Mercado em NY deve ter recuperação;Fundos mais comprados – 25/07/2016

São Paulo, 25/07/2016 – Os contratos futuros de café arábica iniciam a semana na tentativa de recuperar as perdas de sexta-feira passada. O mercado escorregou com a liquidação de posição comprada de fundos de investimento e indicadores técnicos sugerindo venda.

Os fundos elevaram o saldo líquido comprado para 36.489 lotes no dia 19 de julho, abaixo do esperado pelo mercado (cerca de 40 mil lotes), conforme mostrou na sexta o relatório semanal da Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês), com posicionamento de traders. No levantamento anterior, do dia 12, os fundos estavam com saldo comprado de 35.314 lotes.

Já os fundos de índice cortaram o saldo líquido comprado no período de 34.173 lotes para 33.011 lotes. Levando em conta apenas o mercado futuro, os fundos aumentaram o saldo líquido comprado de 42.409 lotes para 43.103 lotes.

Pelos indicadores técnicos, Nova York mostrou dificuldade para trabalhar acima de 150 cents e testou a parte de baixo do mercado. O suporte é de 140 cents e 138 cents. Na parte de cima, os contratos têm resistência a 145 cents e 150 cents.

A consultoria Pharos, gestora de risco em commodities, informa que a estrutura dos spreads não indica nenhum problema de falta de café, mesmo com os estoques certificados em baixo nível. “O desconto do vencimento setembro em relação ao dezembro é de cerca de 2% em dois meses”, informa a Pharos, em relatório diário.

Na sexta-feira, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou que os estoques finais privados de café da safra 2014/2015 (volume no dia 31 de março de 2016) alcançava 13,589 milhões de sacas de 60 kg em todo o País. O número representa uma variação negativa de 5,4% com relação às 14,369 milhões de sacas apuradas no fim da safra 2013/14.

O clima no Brasil preocupa por causa do período de inverno, quando aumenta o risco de geadas nos cafezais. A Somar Meteorologia informa que, nesta semana, até pelo menos a próxima sexta-feira (29), uma massa de ar seco cobre o principal cinturão produto de café do Brasil. “As noites serão fria, mas sem risco de geadas, e as tardes terão baixos índices de umidade do ar”, prevê a Somar. Essa condição favorece o avanço da colheita de café.

O índice do dólar trabalhava em alta na tarde de sexta-feira. Entre outros fatores, o PMI industrial preliminar dos EUA subiu a 52,9 em julho, de 51,3 em junho, o maior nível desde outubro de 2015, melhorando o otimismo com a economia e fortalecendo a moeda. Além disso, a queda do petróleo também favorecia o dólar. No Brasil, o dólar encerrou na sexta a R$ 3,26, valorização de 0,73%.

Os futuros arábica em Nova York trabalharam no terreno negativo na maior parte do pregão de sexta. Os contratos com vencimento em setembro/16 acabaram fechando em queda de 3,37% (495 pontos), a 141,90 cents. O mercado teve máxima de 146,95 cents (mais 10 pontos). A mínima foi de 140,35 cents (menos 650 pontos).

Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam que as cotações do arábica no mercado físico brasileiro caíram na sexta. O indicador Cepea/Esalq do Café Arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, teve média de R$ 485,45/saca de 60 kg, forte queda de 3,4% em relação ao dia anterior. Nesse cenário, a liquidez ficou ainda mais limitada.

O mercado de robusta continua registrando novos recordes da série histórica do Cepea (iniciada em 2001 para o produto). O Indicador Cepea/Esalq do tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 414,95/saca de 60 kg, alta de 0,19% em relação ao dia anterior. O tipo 7/8, bica corrida, ficou em R$ 405,83/saca, variação positiva de 0,1% na mesma comparação – ambos à vista e a retirar no Espírito Santo.

Fonte : Agência Estado 

Via: cafedaterra.com.br

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