T Ó P I C O : Fazendas de São Carlos ajudam a contar a história de São Paulo
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Fazendas de São Carlos ajudam a contar a história de São Paulo
Autor: Leonardo Assad Aoun
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Último comentário neste tópico em: 12/04/2017 09:49:48
Leonardo Assad Aoun comentou em: 12/04/2017 06:43
Fazendas de São Carlos ajudam a contar a história de São Paulo
Propriedades guardam relíquias e preservam memórias de um passado baseado na economia cafeeira.
Por G1 São Carlos e Araraquara
asta falar do interior paulista para logo vir à mente a natureza e o sossego, mas a vida no campo também guarda muitas surpresas e conhecer fazendas tradicionais é fazer uma viagem pela história de São Paulo.
A fazenda Santa Maria, em São Carlos (SP), é um dos pontos dessa jornada. Criada em 1850, ela foi ampliada no fim do século 19 para receber Dom Pedro II. O dono imaginava que, ao receber o soberano, ganharia o título de barão, mas nada saiu como o planejado.
A fazenda Santa Maria, em São Carlos (Foto: Reprodução/ EPTV)
“Dom Pedro, na verdade, nunca esteve aqui, nunca visitou a fazenda, e o que aconteceu foi que a antiga família acumulou dívidas com a construção de tudo isso e foi obrigada a vender a fazenda”, contou o guia de turismo Fabio Álvares.
O fazendeiro Cândido Malta de Souza Campos comprou a propriedade, que permanece com a família. O neto dele, Décio Campos, mora no local há mais de 50 anos e mantém o espaço com obras de arte, livros e objetos antigos aberto ao público.
“É a história de São Paulo porque foi um estado que, com a mão de obra que veio da Europa, a estrada de ferro e a produção de café, pôde estabelecer todos os índices de um progresso avantajado, que diferenciou o estado de todo o Brasil”, afirmou.
Fazenda mantém móveis do século 19 em São Carlos (Foto: Reprodução/EPTV)
O terreiro onde os grãos eram secados não deixa esquecer esse período, e a senzala nos lembra do sistema por trás do crescimento econômico. Mais de 120 escravos trabalharam e sofreram na fazenda.
“[A senzala] Não tinha janelas. Eram duas portas somente para entrada e saída dos escravos, eles ficavam trancados, era uma vida muito sofrida, de muito trabalho. A construção da fazenda foi feita pelas mãos dos escravos”, contou Álvares.
Durante a visita ao local, é possível apreciar pratos (Foto: Reprodução/EPTV)
Culinária
Durante a visita ao local, também é possível apreciar pratos como porco no rolete, torresmo e linguiça, e depois do almoço há o tradicional cafezinho, feito com grãos triturados por um moedor centenário. “Uma delícia. Um gostinho da fazenda, gostinho de comida natural”, elogiou a auxiliar de enfermagem Edna Aparecida Alves Longhin.
“É um tempero maravilhoso. É o alho, o óleo e acabou. Só tem na roça, na cidade não tem”, completou a cozinheira Odete Carneiro. Confira aqui como chegar ao local.
Fazenda do Pinhal
A viagem segue pela Fazenda do Pinhal, que tem 30 cômodos construídos há quase 200 anos com a técnica de taipas. “Ela é uma técnica que era tradicionalmente utilizada pelos paulistas e se apropriava dos materiais que estavam disponíveis na região. Então é possível ver a estrutura de madeira, ela é de palmito-juçara, era preenchida com barro e posteriormente recebia um revestimento e uma mão de cal”, explicou o historiador Alexandre Tourinho.
Fazenda do Pinhal, em São Carlos (Foto: Reprodução/ EPTV)
Na década de 1980, o imóvel foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat).
Curiosidades
No começo da fazenda não havia banheiro dentro da casa e o espaço precisou ser adaptado. Nos quartos há banheira de metal, jarra e até penico.
Em alguns cômodos, as paredes também não têm janelas. “Esses quartos eram destinados a pessoas que não eram da família. Tropeiros e viajantes. Não ter janela dava mais privacidade e segurança à família”, disse o monitor da fazenda, Pedro Henrique Vicente.
Condessa do Pinhal trouxe da Europa a hidroterapia (Foto: Reprodução/EPTV)
A fazenda foi residência de uma importante família do interior: a do conde do Pinhal. A esposa dele foi a responsável por uma obra considerada novidade na época. Em uma viagem à Europa, a condessa do Pinhal conheceu um tratamento de saúde chamado de hidroterapia e resolveu construir uma escada d'água na propriedade.
Ela costumava subir descalça os quase 100 degraus. O exercício físico e o contato da água com os pés eram uma forma de ativar a circulação. Atualmente, quem visita a fazenda faz questão de passar pelo local.
“Muitas relíquias ainda estão por ser descobertas porque, como é um lugar que reúne acervos bastante variados, é possível que cada vez que alguém se aproxime novas descobertas apareçam, porque sempre tem elementos novos”, destacou a professora Luzia Sigoli Fernandes Costa, do Departamento de Ciências da Informação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
As visitas à propriedade devem ser agendadas pelo telefone (16) 3377-9191 ou pelos e-mails agendamento@casadopinhal.com.br e educador@casadopinhal.com.br. Clique aqui para mais informações.
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