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T Ó P I C O : perda 6 milhões de sacas de café devido a estiagem e calor

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Comentários do Tópico

perda 6 milhões de sacas de café devido a estiagem e calor


Autor: Marco Antonio Jacob

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66 comentários

Último comentário neste tópico em: 02/02/2020 21:29:45


Marco Antonio Jacob comentou em: 04/02/2014 09:59

 

esperamos ajuda dos pesquisadores e estudiosos

 

Prof. Rena , o assunto é este mesmo , estamos anciosos por sua postagem .

Aguardamos também a manifestação de outros foristas com respeito ao tema.

Sergião , você que tem as portas abertas no IAC ,  Procafé e Universidade de LAVRAS , poderia nos fornecer subsidios.

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Sergio Parreiras Pereira comentou em: 04/02/2014 11:13

 

Rede do Conhecimento Cafeeiro

 

Caros amigos,

Acompanho a cada postagem a evolução desta postagem extremamente rica em depoimentos  e pareceres.

Acabo de ligar pessoalmente na Fundação Procafé e o “Boletim de Avisos Fitossanitários – Janeiro de 2014” deverá ser publicado ainda nessa semana. Tenho conversado com bastante gente e a situação parece bem séria, tanto que o mercado já demonstra isso na alta das cotações.

Parabéns ao amigo Marco Jacob pelo inicio da provocação.

Aguardo ansioso também os depoimentos do Prof. Rena às questões levantadas pelo Altieri.

Nos mantemos em REDE buscando a Construção Coletiva!

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Diogo Dias T. de Macedo comentou em: 04/02/2014 20:09

 

Reflexo da seca

 

Esta seca ainda vai causar quebra nas safras mais adiantes, além do baixo crescimento para a próxima safra, quem plantou café sem irrigação está penando, como eu, para manter as mudas vivas, e isso irá refletir na safra de 2015, 2016 ... fora os custos adicionais de "aguação", que fazemos mais por desencargo de conciência do que pelo seu real efeito.

Agora é aguardar para ver até onde vamos.

E felizmente somos agricultores e apaixonados por café.

Diogo Dias

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Alemar B. Rena comentou em: 05/02/2014 00:42

 

FINALMENTE UM TEMPINHO MAIOR

 

Antonio Marco, João Marcos, Sergião e tantos outros, boa noite. Pensei, inicialmente, fazer discussão mais ampla sobre floração, frutificação, abscisão de folhas e a saúde geral do cafeeiro frente a esta seca termo-acoplada. Mas concluí que os detalhes morfofisiológicos e bioquímicos importam pouco agora, e serão tratados apenas de raspão, na medida da necessidade. Vamos, portanto, aos finalmente. Em primeiro lugar analisemos a próxima floração. Há muito poucos bons trabalhos sobre a florogênese no cafeeiro, tanto no Brasil como no mundo. Estudou-se muito, e sabe-se bastante, isso sim, apenas a etapa final da floração, ou seja, a antese, que é a abertura do botão floral em flor. Mas o mecanismo do processo global da floração do cafeeiro continua um enigma. Não importam no momento as razões. Mas, nos últimos 30 anos, as causas do seu fracasso, que determina tudo o mais, foram o motivo de mais de 50% das perguntas que recebo. O estudo mais importante do tema no Brasil, e quiçá no mundo, foi realizado, em Campinas, por dois grandes pesquisadores (sendo que um deles, infelizmente, nos deixou de forma tão precoce): Nídia Majerovics e Maro Söndahl (2005). Os autores informam que o processo de floração do cafeeiro inicia-se em novembro do ano anterior – isto mesmo! É quando as células meristemáticas axilares começam a “pensar” em não mais vegetar e transformarem-se em inflorescências. Lá por fevereiro-março do próximo ano elas tomam uma decisão irreversível – “vou me transformar numa flor” – conhecida como “evocação”. Dentro de 2 a 3 meses começam a surgir as primeiras gemas e mais 2 o 3 os botões florais. Tudo com absoluta hierarquia no corpo da planta, ao longo do ramo plagiotrópico e dentro da axila foliar. Agora é só esperar mais um pouquinho, dar um pouco de estresse hídrico, jogar um pouco de água e, bumba, flores em 8 a 14 dias, dependendo da temperatura. Agora as perguntas chave: 1) O que acontece no nível bioquímico-fisiológico de novembro até o botão estar formado? Se alguém no mundo responder que sabe há grande chance de ele ser mentiroso! 2) Como os fatores do ambiente influenciam o desenvolvimento do botão floral? De novo, se alguém disser que sabe ele provavelmente está mentindo, ou ainda não publicou os detalhes. Mas uma coisa é certa, caro João Marcos, chuva ou irrigação depois da atual seca não vai levar ao florescimento agora. Continuará acontecendo, um pouco mais um pouco menos, na época de sempre. Primeiramente porque os botões não estão ainda formados, e depois sua formação requer muita energia – leia-se carboidratos – de que a planta não dispõe no momento. Sobre isso já falamos. Pergunta 3): Como será a floração e a frutificação em 2014? Depende disso e daquilo! Mas arrisco um palpite com base nas minhas observações: se a planta chegar perto do “ponto de murcha permanente” e sua carga hoje for de 10 L ou mais a próxima floração será mínima, pra não dizer zero. Provavelmente uma bela seca de ponteiros, se não morrer. Estimado Diogo Dias, você está parcialmente correto, mas em 1963, 1985, 1998 as temperaturas não eram nem de perto como as atuais. E isto pode fazer uma grande diferença. Aqui já passamos às perguntas do Marco Jacob. Quando a temperatura é alta e o déficit hídrico começa, a primeira reação da planta é produzir ácido abscísico, causando o fechamento dos estômatos, “procurando” reduzir a transpiração. Com o progresso do déficit, o cafeeiro dá início à intensa síntese de etileno, na “tentativa” de causar a queda da bomba transpiratória, que é a folha – abscisão. O etileno causa também progressiva senescência da planta inteira. A folha murcha continua só aparentemente conectada à planta – a zona de abscisão já se desenvolveu. Quando vem a chuva, a hidratação brusca causa aumento da turgescência e joga a folha fora. Algo semelhante acontece com o fruto, que também pode cair, mas por razões evolutivas de sub-bosque do cafeeiro, a tendência é que o fruto permaneça na planta, mal formado ou chocho. Aí aumenta a desgraça da planta, porque o fruto é o dreno mais forte, exaurindo-a energeticamente. Mas o cafeeiro, que é uma planta danada, se o déficit não for muito intenso, apresenta após a chuva o que se conhece com “crescimento compensatório”, e pode até se recuperar bastante. Ainda que cada caso é um caso, e estou discutindo em tese, não acredito que dessa vez isso venha ocorrer. Pragas: Com a murcha a planta apresenta outra reação defensiva que é o aumento na síntese de prolina, e este iminoácido é a principal fonte de energia para o bicho-mineiro. A broca nem falar; aumenta muito o seu trânsito e a infestação. Este é o único ano, em 33, que estou tendo problema. Já voltei ao passado, usei Lorsban, e não valeu de nada. Alguém falou pra eu modernizar. Usei Altacor e foi pior ainda. Aliás, até agora, este é o único problema que tenho com a seca e temperatura alta atuais. Doenças: A ferrugem só agora começa a dar as caras, mesmo que não tenha pulverizado ainda. Cercosporiose idem, e só não é mais forte porque o N foliar está em torno de 3,5%. Mas isso é fácil de controlar, não é? Caros amigos, já está meio tarde, a cabeça já está pirando, e daqui a pouco devo partir pra roça. Amanhã dou mais umas piruadas. Tudo o que disse não é verdade absoluta, para variar, e estou aberto a críticas e sugestões. Saudações. PS. – No momento (00:38) a temperatura em Viçosa é de 21 C, não há uma gota de vento, estou sem camisa e suando muito, e não há previsão de chuva para os próximos 10 dias. Em janeiro na minha roça choveu apenas 36 mm, mas as plantas ainda estão bonitas e com muita carga. Graças a Deus!

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Ivan Franco Caixeta comentou em: 05/02/2014 09:00

 

perda 6 milhões de sacas de café devido a estiagem e calor

 

TAGS: Professor Rena, Obrigado por mais uma excelente aula, com vivência pratica real. Estou fazendo um levantamento da incidência de "coração negro" e esta me assustando, logo publico os resultados encontrados no Instituto Federal Sul de Minas - Campus Machado. Abraços Estimado professor. Ivan Caixeta

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Marco Antonio Jacob comentou em: 05/02/2014 09:12

 

carga pendente começa a prejudicar ???

 

Grande mestre Prof Rena , obrigado pelos ensinamentos , mas pediria para o senhor incluir também nos seus comentários os efeitos deste SUPER VERANICO nos grãos pendentes.

recebi ontem fotos de café irrigado (COROMANDEL) , no qual a arvore esta vistosa e formosa , com super carga , porem os grãos começam a apresentar varios problemas.

Peço a comunidade cientifica e agronômos que nos lê nesta RSC que se manifestem também .

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André Luíz Garcia comentou em: 05/02/2014 10:43

 

Observações e avaliações de microclimas no Sul de Minas Gerais

 

Bom dia caros amigos,

Saudações a todos os colegas Sergião, Prof. Renna, e  demais.

Prof. Renna li a postagem acima e percebo que a visão dos pesquisadores aqui do Procafé estão bem alinhadas com os possíveis cenários que o senhor retratou. Nesta primeira semana de fevereiro estamos constatando muitas áreas com plantas murchas logo pela manhã. Nestas áreas, além das plantas estarem sem turgidez nos pontos de crescimento e com as folhas murchas, a face do sol da tarde está com alta percentagem de escaldadura nas folhas, já acastanhadas e necrosadas, priuncipalmente em lavouras de dois a cinco anos. Ontem pela manha, analisando os frutos em uma destas áreas fiquei surpreendido e preocupado por apresentar quase totalidade dos grãos  externamente sadios, porém, internamente murchos. Nas avaliações que estamos realizando por aqui pode-se afirmar que este cenário é mais intenso nas lavouras situadas abaixo de 900m de altitude, de solo mais drenado, com menor volume acumulado das chuvas localizadas ocorridas em janeiro. Outro detalhe importante, em muitas localidades que ocorreram volumes acima de 60mm, está registrado ocorrência de uma pancada de curta duração, ao redor de 40mm, onde percebemos que o solo não conseguiu absorver em tempo hábil, estando este balanço hídrico superestimado segundo metodologia Thorthwaite & Mather. Além destas características observadas, o sentimento de todos aqui é de que o impacto no preço é pouco relevante perto das consequencias que estão por vir. Isto considerando possíveis cenários mais agravantes que podem se tornar realidade se as previsões de ocorrência de chuvas que estão sendo publicadas ocorrerem: abcisão foliar, seca de ramos, depauperamento e até morte de plantas. Assim também pelo lado fisiológico, conforme comentado pelo senhor Prof. Renna os dados de pesquisas deste tipo são escassos e "quem afirmar algo provavelmente está mentindo", porém também consideramos que estes intempéries climáticos podem estar alterando toda a fisiologia das plantas, podendo comprometer significativamente na próxima floração, tanto pela temperatura quando pelo déficit e suas interações. Conforme colocado pelo pesquisador Antônio Wander para que as plantas tenham condição de uma recuperação, é necessário um volume de chuvas consideravel, que permita não só a reposição da avapotranspiração mas sim o reestabelecimento da capacidade de campo para este momento, e ainda que esta se mantenha até final de junho para que o armazenamento não atinja déficits danosos durante a estação seca.  Como a "espera de um milagre" todos por aqui com os semblantes abatidos e esperando uma ação divina, assim como, de maneira incansável por uma sensibilização do governo pela situação dos produtores.

saudações a abraços a todos

 

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MARCELO ALMEIDA comentou em: 05/02/2014 11:29

 

PERDA DE PRODUÇÃO

 

BOM DIA A TODOS

COMO SEMPRE DANDO UMA AULA A TODOS NÓS,PARABÉNS MESTRE RENA..

PRECISAMOS MAIS PESSOAS COMO O SENHOR MANIFESTANDO EM NOSSO GRUPO.

M.M.A

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Sergio Parreiras Pereira comentou em: 05/02/2014 13:39

 

FOTOS postadas no Facebook por Fabiano Teixeira Odebrecht - Corretor de Café - Londrina-PR

 

fotos de Coromandel e Altinópolis

 

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Eduardo Trevisan Gonçalves comentou em: 05/02/2014 14:39

 

Café adensado e sombreado

 

Alguém pode relatar se está observando em café adensado ou ainda sombreado  alguma alguma reação diferente da planta com relação ao plantio convencional nesse momento de seca? abraços, Eduardo

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